INVESTIGAÇÃO

Itamaraty toma nova decisão sobre caso de embaixador acusado de ato escravocrata

Entre outras acusações, Carlos Eduardo de Ribas Guedes teria ordenado que dois empregados se ajoelhassem diante dele, além de chamar uma funcionária de p*ta

Carlos Eduardo de Ribas Guedes, agora ex-embaixador em Mali.Créditos: Reprodução/Redes Sociais
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O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, tomou a decisão de remover o embaixador Carlos Eduardo de Ribas Guedes do cargo em Mali, país no norte da África. O diplomata é acusado por 11 funcionários do escritório brasileiro de atos escravocratas e promover ações degradantes no local de trabalho.

A retirada de Guedes do cargo já foi, inclusive, publicada no Diário Oficial da União, desta quarta-feira (15), e assinada pela diplomata Maria Laura da Rocha, secretária-geral da pasta. A partir de agora, ele tem um prazo de dois meses para promover sua mudança, de acordo com o UOL.

O ministério havia informado que o embaixador foi objeto de investigação “no âmbito de processo administrativo disciplinar”, que resultou na assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), conforme orientação da Controladoria-Geral da União (CGU).

“Remover, ex officio, CARLOS EDUARDO DE RIBAS GUEDES, ministro de segunda classe do Quadro Especial da carreira de diplomata do Ministério das Relações Exteriores, da embaixada do Brasil em Bamako para a Secretaria de Estado”, destaca a publicação.

Não se sabe ainda qual será o novo cargo do agora ex-embaixador. “De acordo com o TAC assinado, o servidor será monitorado por dois anos e se compromete a não mais infringir nenhuma lei. Em caso de reincidência, o servidor será objeto de imediato processo administrativo disciplinar que considerará fatos pregressos como agravantes”, aponta outro trecho.

As denúncias

Os funcionários apontam “atos de caráter escravocrata” como: ordenar que dois empregados da residência se ajoelhassem diante dele ou manter o hábito de chamar publicamente uma das funcionárias de “p*ta”.

Ele também é acusado de proibir um empregado de sair do prédio para que fosse ao encontro da esposa que estava em um hospital, grávida, prestes a dar à luz, assim como de ter impedido um outro de auxiliar a filha que estava doente e internada, e que acabou falecendo.