O ex-presidente boliviano Evo Morales está fora da disputa presidencial que ocorrerá no país andino em 2025 e não poderá voltar ao cargo. A decisão é do Tribunal Constitucional Plurinacional (TCP), que na verdade derrubou a lei que criou o instituto da reeleição indefinida, mecanismo que inclusive foi utilizado por Morales para ser candidato da última vez, em 2019, que até garantiu uma nova vitória nas urnas ao mandatário, mas que não pôde impedir a sublevação golpista que o retirou da cadeira.
“A restrição à possibilidade de reeleição indefinida é uma medida idônea para assegurar que uma pessoa não se perpetue no poder”, sinaliza um trecho do acórdão publicado pelo TCP, composto por mais de 80 páginas e que fundamenta a decisão. Dois anos antes da última eleição de Moraes, uma sentença judicial havia considerado a possibilidade de “reeleição indefinida” como um “direito humano”, o que abriu espaço para que Morales tentasse outra vez um mandato. Essa definição foi igualmente sustada com a decisão do TCP de agora.
Indignado com o resultado do julgamento, da qual não poderá recorrer, o ex-presidente boliviano foi às redes sociais para denunciar o que classificou como uma “perseguição política”.
“Essa é a prova da cumplicidade de alguns magistrados com o plano obscuro que o governo executa por ordem do imperialismo com a conspiração da direita boliviana”, disparou. Ele inclusive não poupou o atual mandatário do país, Luis Arce, que foi seu aliado de primeira hora e ministro da Economia de seus governos, mas com quem vem travando discussões públicas nos últimos tempos.