Um escândalo chacoalha a indústria automobilística global desde a última terça-feira (26), quando a Daihatsu, montadora japonesa operada pela Toyota no Japão, resolveu interromper sua produção. A motivação para a medida drástica foi uma investigação que apurou que a montadora, por mais de 30 anos, falsificou testes de segurança de aproximadamente 64 modelos. O caso mais antigo remonta a 1989.
Famosa pela produção de pequenos e econômicos carros populares no mercado japonês, a Daihatsu anunciou que todas as suas quatro fábricas espalhadas pelo Japão e a sede da empresa na cidade de Osaka ficam paradas até o final de janeiro enquanto um comitê de crise avalia a situação. Ao todo, são 9 mil empregos que também ficarão congelados.
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Os rumores de que havia fraudes nos testes de segurança que poderiam afetar diretamente a Toyota fizeram com que a Daihatsu contratasse um comitê independente para investigar a questão meses atrás. Na última semana a empresa divulgou o resultado da investigação, reconheceu o esquema e anunciou os 64 modelos afetados, alguns deles de fato vendidos sob a marca da Toyota.
Representantes da Toyota chegaram a declarar a meios de comunicação que o escândalo “abalou os alicerces da empresa”. Mas esse é apenas mais um capítulo da crise na montadora. Em abril, a Daihatsu também admitiu a violação de normas durante testes de colisão de carros vendidos sob a marca da Toyota em outros países asiáticos. Naquela ocasião, o revestimento da porta do banco dianteiro vendido ao público não foi o mesmo usado nos testes.
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No mês seguinte, mais irregularidades em testes de colisão. Dessa vez em modelos elétricos e híbridos. Por fim, no último dia 20 de dezembro, a investigação do comitê independente encontrou mais de 174 casos de manipulação, além de declarações falsas e adulteração de modelos para que passassem nos testes.
Ao ver suas ações caírem mais de 4% ao longo da última semana, a Toyota admite reformar a Daihatsu, mas também reconhece o desafio que tem adiante. “Esta será uma tarefa extremamente significativa que não pode ser realizada da noite para o dia. Reconhecemos a extrema gravidade do fato de que a negligência da Daihatsu no processo de certificação abalou os próprios alicerces da empresa como fabricante de automóveis”, disse porta-voz da empresa para a CNN Internacional.