Morreu nesta sexta-feira (15) em Paris, aos 90 anos, o filósofo marxista italiano Antonio Negri, líder histórico do movimento de esquerda Autonomia Operária. O falecimento de Toni, como era conhecido, foi anunciado por sua esposa Judith Revel e sua filha Anna no Instagram.
Nascido em Pádua, Toni Negri foi o fundador da Autonomia Operária em 1973, assumindo a liderança e tornando-se seu principal teórico até a dissolução do movimento em 1979. Em um momento crucial da história italiana, durante os tumultuados "Anos de Chumbo" entre as décadas de 1960 e 1980, seu movimento desempenhou um papel fundamental para a democracia da Itália.
Condenado por insurreição armada, Negri viveu por vários anos na França sob asilo e ministrando aulas em diversas universidades. Seu retorno à Itália em 1997 marcou o início do cumprimento de uma pena de 12 anos, sendo posteriormente liberado em 2003.
Ao longo das décadas, Negri desenvolveu teorias de grande influência, destacando-se a concepção da "vanguarda dos trabalhadores" nos anos 70 e a redescoberta teórica de Baruch Spinoza nos anos 80, período em que permaneceu clandestino em solo francês.
Nos anos 2000, em colaboração com o filósofo estadunidense Michael Hardt, produziu obras significativas na teoria política contemporânea, como "Império", "Multidão", "Comum. Além do privado e do público", "Isto não é um Manifesto" e "Assembleia".
*Com informações da ANSA e Italy 24 Press News