JAVIER MILEI

O "Plano Collor" de Milei derruba o peso, acaba com salários e agrada o FMI

Novas medidas econômicas vão causar aumento da pobreza e inflação para pagar as dívidas para os credores internacionais

Javier Milei pode ter o mesmo futuro de CollorCréditos: Instagram
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O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo - um macrista -, anunciou quais serão os planos de Javier Milei para a economia e anunciou uma série de medidas econômicas para o país.

Caputo dobrou o valor do câmbio oficial, que saiu de 400 pesos para um dólar  para 800 pesos para um dólar. A partir de agora, os argentinos perderão os subsídios para energia e transporte, todas as obras públicas que ainda não começaram serão suspensas, todas as importações estarão liberadas, e a redução de 50% nos cargos de confiança.

A mudança no câmbio, o fim dos subsídios e os cortes fiscais - incluindo o fim do repasse de gastos discricionários para as províncias - deve causar um arrocho sangrento na vida do argentino médio.

A tendência é que com o aumento do câmbio oficial, o os produtos importados da Argentina - que são muitos, inclusive os básicos - vão subir de preço.

Com o fim dos subsídios, energia elétrica, gasolina e transporte vão aumentar de preço, arrochando ainda mais o salário das famílias argentinas.

O repasse zero para as províncias em gastos discricionários vai causar um déficit profundo nos serviços públicos do país, que terá problemas em especial nas regiões mais pobres.

Durante entrevista ao Fórum Café nesta quarta-feira (13), o economista Paulo Kliass afirmou que as medidas econômicas trarão problemas para Milei.

"A população, por mais que tenha votado no cara, na hora que verem esse tipo de medida não vão ficar contentes", afirmou o especialista.

Para ele, todos os indicadores vão piorar. "É um pacote do desemprego, da redução do PIB com um único objetivo, pagar a dívida externa argentina para os detentores dos títulos", afirma.

De fato, a diretora do FMI agradeceu o pacote econômico do país, que vai ter como objetivo o pagamento de seus débitos com o fundo monetário.

"Na prática, isso significa o aumento dos preços, a cesta básica vai aumentar, a redução da capacidade de venda dos produtos feitos na argentinas, e aí todo um discurso que o problema da inflação tem a ver com gastos excessivos do estado. Dessas medidas, as mais preocupantes do impacto social e econômico é o fim dos subsídios e com transportes", completa Kliass.

O arrocho total não deve ser o suficiente para reduzir os problemas dos argentinos, que vão se revoltar contra os planos de Milei para a economia. Resta saber até quando ele aguenta o rojão. Te lembra alguém?