CHAPA QUENTE

Manifestantes voltam às ruas de Israel para pedir por reféns

Milhares defendem cessar-fogo em Washington

Protesto."Vai para o inferno", diz cartaz de manifestante que pede cessar-fogo para que a libertação dos reféns seja negociadaCréditos: Reprodução de vídeo
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Os protestos contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em Israel começaram tímidos e focavam na aparente falta de interesse do governo em preservar as vidas dos reféns levados para Gaza pelo Hamas depois do ataque de 7 de outubro.

Porém, eles escalaram neste sábado.

Manifestantes tentaram marchar até o apartamento usado pelo primeiro-ministro em Jerusalém.

Em Tel Aviv, milhares se concentraram diante do Ministério da Defesa pedindo a libertação dos reféns.

Houve uma terceira manifestação nas proximidades da residência de Netanyahu na região de Tel Aviv.

De acordo com uma pesquisa divulgada pelo diário Maariv, que ouviu 522 pessoas e tem margem de erro de 4,3%, apenas 27% dos entrevistados acreditam que Netanyahu é o melhor preparado para comandar a guerra contra o Hamas.

As críticas ao primeiro-ministro são múltiplas.

Ele teria apostado em fortalecer o Hamas para enfraquecer a Autoridade Palestina, enquanto prometia dar segurança aos israelenses -- um projeto que desabou no 7 de outubro.

Agora, estaria descartando a vida dos mais de 242 reféns mantidos em Gaza com o objetivo de acelerar a ofensiva terrestre e cumprir sua promessa de extinguir o Hamas.

VITÓRIA TOTAL

Só uma vitória absoluta em Gaza oferece a Netanyahu alguma perspectiva de permanecer no poder.

Porém, ele precisa contar com apoio total dos Estados Unidos.

Hoje, milhares de pessoas saíram às ruas de Washington para pedir um cessar-fogo, o que coloca pressão sobre o governo Joe Biden.

Netanyahu governa uma sociedade dividida, o que antecede em muito o ataque do Hamas.

O tom da oposição ao primeiro-ministro pode ser percebido no trecho de um artigo publicado hoje pelo colunista Gidi Weitz no diário israelense Haaretz:

O tiro inicial da campanha de destruição [do Judiciário] foi disparado há sete anos, quando Netanyahu se tornou suspeito de crime e decidiu vingar-se do sistema legal, destruindo os seus alicerces. Continuou com a formação do governo atual, que funciona como uma rede do crime organizado. Os 64 membros da coligação governamental tem o mesmo objetivo: concentrar o poder num único ramo do governo para fazer o que quiserem, sem supervisão. 

O Hamas, por sua vez, disse que os reféns estão morrendo nos bombardeios.

Abu Ubaida, porta-voz do grupo, afirmou hoje que "o bárbaro bombardeio sionista causou a perda de mais de 60 prisioneiros em Gaza, e após buscas, 23 corpos estão desaparecidos sob os escombros até agora, e parece que nunca iremos resgatá-los devido à contínua agressão".

Não há confirmação independente dos números mencionados.

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