O secretário de Estado Antony Blinken disse hoje em Amã, na Jordânia, que quando vê "um menino ou menina palestino retirado dos escombros [em Gaza] sinto nas entranhas. Vejo o rosto dos meus filhos neles".
Blinken tem um casal de filhos pequenos. Eles foram à festa do Halloween na Casa Branca com fantasias que sugerem apoio à Ucrânia.
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A declaração foi dada logo depois de um encontro de Blinken com diplomatas árabes, que de forma unânime pediram um cessar-fogo imediato nos bombardeios de Israel contra Gaza.
O secretário de Estado esteve ontem em Tel Aviv, onde disse ter discutido "pausas humanitárias" com o governo de Benjamin Netanyahu.
Os Estados Unidos tentam ganhar tempo para a ofensiva de Israel contra o Hamas atingir seus principais objetivos.
Israel está atacando Gaza com armas e munições fornecidas pelos Estados Unidos.
No mar Mediterrâneo, dois porta-aviões de Washington dão cobertura ao ataque.
Os EUA voam drones sobre Gaza, alegadamente para encontrar os 242 reféns sob guarda do Hamas -- na contabilidade de Israel.
PUNIÇÃO COLETIVA
Nas últimas horas, Israel atacou o entorno de vários hospitais, refugiados em fuga e um comboio de ambulâncias. Numa escola mantida pelas Nações Unidas, 15 pessoas morreram, inclusive crianças.
Ao mesmo tempo, Tel Aviv abriu uma rota de fuga por três horas para cerca de 400 mil palestinos que continuam na cidade de Gaza ou no entorno da maior área urbana do território.
A Turquia chamou de volta seu embaixador em Tel Aviv, depois de Bolívia, Chile, Colômbia, Jordânia, Bahrein e Honduras terem feito o mesmo.
No balanço do Ministério da Saúde de Gaza, 9.488 palestinos foram mortos nos bombardeios, inclusive 3.900 crianças.
Na estimativa das Nações Unidas, 183 mil casas foram atingidas, 45% do total de Gaza; 28 mil foram demolidas completamente; dos 35 hospitais, 16 deixaram de funcionar completamente; 51 centros de saúde foram fechados; 50 ambulâncias foram danificadas; 1,4 milhão de pessoas estão fora de suas próprias casas numa área de apenas 365 km quadrados.
Ouvida pela rede árabe Al Jazeera, uma cidadã americana que estava tentando escapar de Gaza em direção ao Egito narrou o ataque de Israel ao ônibus em que ela estava. A filha, de 17 anos de idade, perdeu um braço no ataque.
Noha Abou Elba contou que teve de ir a pé até o hospital, por falta de equipes de resgate.
Ao menos catorze corpos ficaram estendidos na avenida costeira de Gaza.
Ela informou que só tentou fazer a viagem depois de receber uma ligação da Embaixada dos Estados Unidos.
A ligação partiu da diplomacia comandada por Antony Blinken.