Em meio ao cessar-fogo que deveria durar quatro dias, para que reféns dos dois lados sejam trocados de forma segura e ajuda humanitária chegue aos palestinos, as IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla em inglês) atacaram na manhã deste domingo (26) o campo de refugiados de Magazhi, que fica no centro da Faixa de Gaza, deixando um agricultor morto e outro ferido. A informação foi confirmada pelo Crescente Vermelho, o equivalente muçulmano da Cruz Vermelha Internacional.
No terceiro de quatro dias de trégua, nenhum disparo, míssil ou foguete deveria ter sido lançado por nenhum dos dois lados envolvidos no conflito, o que faz com que a atitude do Estado judeu seja amplamente considerada um descumprimento dos termos estabelecidos. Esse é o terceiro ataque ao campo de refugiados de Magazhi, sendo que os dois primeiros, no fim de outubro e no começo de novembro, deixaram mais de 100 mortos.
O ataque israelense fez com que altos funcionários da Cruz Vermelha Internacional, que opera e media a troca de reféns, desconfiem de que as próximas etapas do acordo possam estar em risco. Em entrevista a um canal britânico de notícias, Pascal Hundt, da direção do Comitê da Cruz Vermelha Internacional, disse que “não está nada confiante” de que as coisas sigam correndo dentro da normalidade, como foi até agora, por conta da atitude das IDF.
A Cruz Vermelha, no entanto, afirmou num comunicado que crê na continuidade da troca de reféns, e que a declaração de Hundt “não foi de forma alguma uma indicação de que as operações de libertação planejadas para domingo não acontecerão".
“Todos os preparativos para a próxima libertação continuam avançando. As operações são delicadas e complicadas e nunca se pode ter certeza absoluta de que isso acontecerá, dadas todas as complexidades”, sinalizou a organização não governamental.