OFENSIVA

Casa Branca dá luz verde e Israel vai invadir hospital

Hamas diz que é plano de Israel para deixar população sem serviços de saúde e promover imigração

Estilhaço de bomba lançada por Israel que perfurou a bexiga de um menino de 11 anos
Estilhaço.Estilhaço de bomba lançada por Israel que perfurou a bexiga de um menino de 11 anosCréditos: Foto Doutor Gassam Abu Sitta
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Os Estados Unidos deram luz verde nas últimas horas para que Israel aperte o cerco aos hospitais de Gaza, inclusive o maior deles, o Shifa.

Um funcionário do Ministério da Saúde de Gaza informou à rede árabe Jazeera que recebeu um alerta oficial de que soldados de Israel vão entrar no hospital nas próximas horas.

Na madrugada da quarta-feira, 15, testemunhas que se encontram dentro do Shifa fizeram relatos aterradores.

O médico norueguês Mads Gilbert, que trabalhou nos hospitais de Gaza, compartilhou mensagem que recebeu de um colega:

Conseguimos enterrar 82 cadáveres em valas comuns hoje, mas os cadáveres restantes são cerca de 80. Também conseguimos fazer hemodiálise para 45 pacientes por apenas duas horas, com grandes dificuldades para mantê-los vivos

O autor da mensagem disse que os 36 bebês prematuros que tiveram de ser retirados de incubadoras por falta de energia ainda estão vivos. Há 633 pacientes, 116 médicos e equipe administrativa de 500 pessoas, informou.

O hospital Shifa está completamente cercado. Reprodução Jazeera

DIAS DA SEMANA

Daniel Hagari, o porta-voz militar de Israel, disse que os hospitais de Gaza perderão a proteção garantida a eles pelo Direito internacional por serem usados na infraestrutura do Hamas.

Tel Aviv, no entanto, não é responsável por decidir onde o Direito internacional é aplicável.

O Hamas respondeu: 

Condenamos e rejeitamos veementemente as declarações do Pentágono e da Casa Branca nas quais abraçam as mentiras da ocupação sionista sobre o movimento Hamas utilizar hospitais para esconder soldados de ocupação capturados ou centros de comando e controle. Consideramos estas declarações uma luz verde dos EUA para a ocupação cometer massacres contra hospitais com o objetivo de destruir o setor da saúde e pressionar o nosso povo a se deslocar de sua terra, na implementação de planos promovidos por neonazistas como [Benjamin, primeiro-ministro] Netanyahu e [Bezalel, ministro das Finanças] Smotrich. 

O Hamas voltou a pedir que as Nações Unidas enviem inspetores para visitar os hospitais.

Hagari apresentou ele mesmo um vídeo de 6 minutos e 1 segundo nas redes sociais falando sobre a descoberta de um túnel ao lado da casa de um líder do Hamas.

Na edição, ele não entra no túnel.

Reaparece diretamente no subterrâneo do Hospital Rantisi, que já não funciona, alegando que lá foram apreendidas armas, uma motocicleta e sugerindo que o lugar era usado para esconder reféns.

O Hamas negou as acusações.

O suposto "ponto" dos guardas do Hamas. Na verdade, são os dias da semana. Reprodução de vídeo

A certa altura do vídeo, o porta-voz mostra um calendário na parede e diz que os guardas do Hamas assinavam sua presença diariamente no esconderijo.

É provável que Hagari não tenha intimidade com o árabe, já que no papel apontado por ele estão escritas apenas datas e os dias da semana: domingo, segunda, terça, quarta, quinta, sexta e sábado.

Testemunhas dizem que, na madrugada de Gaza, Israel lançava bombas de iluminação sobre os hospitais Indonésio e Batista.

Esta noite, a Crescente Vermelha completou a transferência dos pacientes que estavam sob cerco no hospital Quds para Khan Yunis, no Sul.

O médico britânico Ghassan Abu Sitta, que continua trabalhando no hospital Ahli, informou que está recebendo pacientes com ferimentos provocados por uma nova arma de Israel:

Recebemos mais de 20 ferimentos de bala no peito e no pescoço disparados por drones quadricópteros israelenses. Este é um drone atirador de baixa altitude. Quando se trata de matar, eles são muito inovadores

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