GAZA

Israel apaga post em que dizia ser legítimo atacar hospitais

Maioria deixou de funcionar por falta de óleo diesel para geradores

Cerco.Hospitais de Gaza estão sob cerco, com bombardeios e combates no entornoCréditos: Anadolu
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As Forças de Defesa de Israel (IDF) postaram e depois apagaram uma postagem em que diziam que hospitais e ambulâncias em Gaza são "alvos militares legítimos".

O argumento era de que o Hamas "usa ambulâncias para transportar seus operadores e armas disfarçados como civis e os hospitais na verdade são infraestrutura terrorista... não o melhor propósito médico".

É fato que hospitais usados como fachada para combate militar podem ser atacados, de acordo com a Convenção de Genebra.

Porém, uma generalização como a da postagem pode acabar servindo como prova de que Israel comete crimes de guerra.

Presumir que o Hamas usa todas as ambulâncias e hospitais de Gaza como parte de sua infraestrutura não dá a Israel o direito de atacar de maneira generalizada, sustentam especialistas em Direito internacional, uma vez que trata-se de presunção desacompanhada de provas.

100 CORPOS NO PÁTIO

No momento, as IDF cercam dois dos principais hospitais de Gaza, o Shifa e o Quds. Sustentam que sob o primeiro fica um centro de comando e controle do Hamas.

Além de pacientes, os dois hospitais ainda abrigam um número não preciso de refugiados, que recebem orientação de Israel para sair em fuga rumo ao Sul.

Fortes batalhas continuam sendo travadas nas ruas de Gaza entre tanques e tropas de Israel, com apoio de franco atiradores, e homens do Hamas que fazem guerrilha urbana usando lançadores de granada.

Um ataque nas proximidades do Hospital Indonésio quase matou jornalistas (ver vídeo).

Quase todos os hospitais deixaram de funcionar. No maior deles, o Shifa, 32 pacientes, inclusive seis bebês prematuros que estavam em incubadoras, morreram nas últimas horas, segundo o diretor Muhammad Abu Salmiya. 

Cerca de 100 corpos estão empilhados em um pátio esperando pela abertura de uma cova coletiva.

O diretor da Organização Mundial da Saúde, Tedros Ghebreyesus, disse:

O mundo não pode ficar em silêncio enquanto os hospitais, que deveriam ser refúgios seguros, se transformam em cenários de morte, devastação e desespero

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