Após o Catar mediar um acordo entre Egito, Israel e o Hamas, a fronteira sul de Gaza, em Rafah, foi aberta pela primeira vez desde o início do conflito, em 7 de outubro, para saída de estrangeiros na madrugada desta quarta-feira (1º).
Estão sendo esperados cerca de 90 feridos, que continuarão o tratamento médico no Egito, e 450 estrangeiros. No entanto, não há brasileiros na lista das pessoas autorizadas a deixarem Gaza.
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Em mensagem ao jornalista Joaquim de Carvalho, do Brasil 247, o palestino-brasileiro Hasan Rabee revela o desespero em não ver o nome de nenhum brasileiro na lista - incluindo a própria família.
"Cortaram ontem à noite a ligação. Eu não estou conseguindo ligar para muita gente. Faz uma hora que estou tentando ligar para alguém no Brasil e está difícil. Recebi a informação que a fronteira estará aberta, daqui a pouco, e a lista de quem vai viajar o nome dos brasileiros não estão nesta lista", diz Rabee.
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Ele conta ainda que falou com o embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, que teria confirmado que os brasileiros não estão nesta primeira leva de estrangeiros que vão deixar Gaza.
"Tentei falar com o embaixador e ele falou que nosso nome não está na lista", disse Rabee em tom de desespero. "A gente está [correndo] contra o tempo. Tem que ligar para o ministro de Relações Exteriores [Mauro Vieira] para pedir com urgência para resolver esse assunto. Nosso nome não está na lista e então não vamos viajar, então preciso de ajuda urgente", emenda.
"Ainda não há brasileiros na lista divulgada hoje", disse Candeas à Folha de S.Paulo. "Acredito que em breve novas listas serão publicadas, e espero que nossos brasileiros estejam nelas."
Uma lista divulgada pelo governo de Gaza revela que nesta primeira leva serão liberados idadãos da Austrália, Áustria, Bulgária, Finlândia, Indonésia, Jordânia, Japão e República Tcheca, além de pessoal da Cruz Vermelha e de ONGs.
No total, 34 brasileiro-palestinos que estão em Gaza pedem repatriação. Segundo o mais recente balanço de Candeas, 24 delas são brasileiras, 7 palestinas em processo de imigração e 3, parentes próximos deste último grupo.
Parte do grupo está em duas casas alugadas pela embaixada em Rafah (9 crianças, 5 mulheres e 4 homens) e outro grupo se encontra em Khan Yunis (9 crianças, 5 mulheres e 2 homens).