GUERRA NA PALESTINA

Brasileiros devem deixar Gaza em até dois dias, diz embaixador

Embaixador do Brasil no Egito, Paulino Franco de Carvalho Neto disse que governo brasileiro já preparou medicamentos e comida para receber os brasileiros-palestinos e ônibus para levá-los até a capital, Cairo.

O palestino-brasileiro Hasan Rabee com as filhas, que aguardam liberação para saírem de Gaza.Créditos: Arquivo pessoal
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Os 34 brasileiro-palestinos que estão em Gaza e pediram repatriação ao governo Lula devem ser retirados da região pela fronteira sul, em Rafah, em até 2 dias, segundo embaixador do Brasil no Egito, Paulino Franco de Carvalho Neto.

“Seguimos com essa expectativa, mas sem ter a certeza de que isso se concretizará”, disse em entrevista à GloboNews.

A diplomacia brasileira já preparou um ônibus próximo à fronteira, que seguira em comitiva até o Cairo, capital do Egito, onde os brasileiros devem ser embarcados no mesmo avião que levou cerca de duas toneladas de alimentos do MST para doação em Gaza. O governo já preparou medicamentos, comida e água para receber os brasileiros.

Nesta quarta-feira (1º), a fronteira em Rafah, no sul da Palestina, foi aberta para a saída da primeira leva de estrangeiros. No total, cerca de 90 feridos e 450 estrangeiros deixariam a zona de conflito.

No entanto, o grupo de brasileiros não foi incluído nessa primeira leva. Uma lista divulgada pelo governo de Gaza revela que nesta primeira leva serão liberados cidadãos da Austrália, Áustria, Bulgária, Finlândia, Indonésia, Jordânia, Japão e República Tcheca, além de pessoal da Cruz Vermelha e de ONGs.

A diplomacia brasileiro segue negociando a repatriação dos brasileiros que estão em Gaza. Em mensagem na rede X, antigo Twitter, na manhã desta quarta, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência, Paulo Pimenta, anunciou que "falta pouco" para a repatriação de todos os brasileiros que demonstraram interesse em deixar a região de conflito.

"Ainda não há brasileiros na primeira lista de saída, mas, sob determinação do presidente Lula, estamos intensificando a nossa gestão com as autoridades locais para que em breve nossos brasileiros possam sair", afirmou.

Segundo Pimenta, o "avião presidencial VC-2 cedido pelo presidente e que chegou em Cairo ontem com 1,5 toneladas de alimentos está a postos aguardando nosso povo".

Cisjordânia

Nesta quarta, o governo Lula anunciou a repatriação de outros 33 brasileiros que estavam na Cisjordânia, região na Palestina que também tem sido bombardeada pelas Forças de Defesa de Israel.

Segundo o embaixador Alessandro Candeas, três veículos, entre ônibus e vans alugados pela representação do Brasil, conduziram os passageiros de 11 cidades da Cisjordânia até a cidade de Jericó, a cerca de 27 quilômetros de Jerusalém.

"Os veículos foram identificados com a bandeira do Brasil. Para fins de segurança, as placas, trajetos e listas de passageiros foram informados às autoridades da Palestina e de Israel", explicou Candeas. A medida é essencial para evitar bombardeios no trajeto.

No total, foram resgatadas 12 famílias que manifestavam interesse na repatriação. São 12 homens, 10 mulheres, 11 crianças e 6 idosos.

De Jericó, os veículos com os brasileiros partiram para a Jordânia e em outro ônibus fretado pelo Governo Brasileiro para direcionar a caravana até a capital Amã.

No Aeroporto Internacional Queen Alia, os brasileiros serão embarcados numa aeronave da Presidência da República que tem previsão de decolagem ainda hoje. O voo terá como destino no Brasil a Base Aérea de Brasília. O destino final das pessoas repatriadas será Foz do Iguaçu (oito), São Paulo (cinco), Florianópolis (quatro), Recife (três), Rio de Janeiro (três), Fortaleza (três), Curitiba (dois), Goiânia (dois), Brasília (dois) e Porto Alegre (um).