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Vídeos: O dramático resgate de crianças sob escombros em Gaza

Israel usa desenho para justificar ataque

Preso.Um menino ficou preso nos escombros depois de ataque de Israel a campo de refugiados de JabaliaCréditos: Reprodução Channel 4
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A terça-feira, 31 de outubro, foi outro dia terrível em Gaza.

Em meio a ataques incessantes, bombas cavaram imensas crateras em meio ao maior campo de refugiados do território palestino, cuja população antes da guerra de 2023 era de cerca de 120 mil pessoas.

Em Jabalia moram refugiados de conflitos anteriores. Algumas famílias chegaram lá originárias do que os palestinos chamam de Catástrofe [Nakba] original, em 1948.

A estimativa do Ministério da Saúde de Gaza é de 400 mortos e feridos no ataque, um número impossível de confirmar de maneira independente.

Imagens divulgadas por emissoras árabes mostram corpos sendo retirados ou velados por amigos e familiares e outros tantos sendo atendidos às pressas no chão do Hospital Indonésio, que fica nas imediações.

TRABALHO MANUAL

Centenas de moradores se reuniram no entorno das crateras para fazer o resgate de quem ficou sob os escombros usando as próprias mãos.

Houve um lampejo de felicidade em meio à comoção: três crianças foram retiradas com vida, embora feridas, em meio a gritos e beijos de celebração. 

Dentro de um prédio, homens usavam as próprias mãos para tentar rerirar crianças presas aos escombros.

Elas gritavam em pânico, por causa da dor.

Porta-vozes das Forças de Defesa de Israel apresentaram versões distintas sobre o fato. Logo que o ataque aconteceu, um deles, falando à rede estadunidense CNN, disse que o alvo principal era um importante comandante militar do Hamas.

Mais tarde, outras versões mais elaboradas foram apresentadas.

Além do comandante, outros 50 soldados do Hamas teriam sido mortos.

Finalmente, como já fez em relação ao hospital Shifa, as IDF apresentaram um desenho dizendo que em Jabalia ficavam várias saídas de túneis e até uma fábrica de armas do Hamas.

Os dados carecem de confirmação independente.

Israel tem um histórico de fazer afirmações das quais se afasta posteriormente.

Quando a repórter Shireen Abu Akleh, da Al Jazeera, foi morta com um tiro na cabeça em Jenin, Cisjordânia ocupada, Tel Aviv culpou tiroreio "indiscriminado" de palestinos.

Depois, disse que ela tinha sido alvo de fogo cruzado. 

Finalmente, afirmou que um "disparo acidental" de um soldado de Israel provavelmente tinha matado a jornalista.

Uma investigação da ONU identificou o comandante da unidade responsável, que segue impune.