PROTESTO

Bolívia rompe relações com Israel denunciando crimes contra a Humanidade

Egito diz que vai abrir passagem de Rafah. Por enquanto, só para feridos

Rompimento.A Bolívia é o primeiro país a romper relações com Israel desde o início da mais recente criseCréditos: Reprodução da TV
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O governo da Bolívia rompeu relações diplomáticas com Israel.

O anúncio foi feito na TV pelo vice-ministro das Relações Exteriores, Freddy Mamani, e pela ministra da Presidência, Maria Nela Prado.

É um protesto contra os crimes contra a Humanidade cometidos em Gaza por Tel Aviv, disseram os dois.

As Forças de Defesa de Israel finalmente se manifestaram sobre o ataque de hoje ao campo de refugiados de Jabalia que, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, provocou 400 mortos e feridos.

De acordo com um porta-voz, foram mortos "50 terroristas do Hamas", dentre eles um comandante que organizou o ataque de 7 de outubro contra Israel.

Ele também disse que o objetivo era destruir túneis.

Nenhuma das informações foi confirmada por fonte independente.

Mais cedo, um porta-voz de Israel ficou constrangido diante do questionamento do âncora Wolf Blitzer, da CNN dos Estados Unidos.

O tenente coronel Richard Hecht justificou o ataque ao campo de refugiados alegando que o alvo era um importante comandante militar do Hamas.

O jornalista quis saber se era justificável matar dezenas de civis por conta disso.

No Brasil, tanto a GloboNews quanto a CNN anunciaram inicialmente o ataque de Israel ao campo de refugiados, em seus letreiros, como sendo uma "explosão" sem agente definido.

A rede árabe Al Jazeera informou que um funcionário da emissora, Mohamed Abu Al-Qumsab, encarregado da engenharia de transmissões, perdeu 19 familiares no ataque, inclusive o pai.

A emissora protestou contra a matança de civis por Israel.

Imagens registradas no campo de refugiados mostraram o resgate de mulheres e crianças.

EGITO ABRIRÁ PASSAGEM

Um porta-voz do Hamas anunciou que vai libertar reféns de dupla cidadania nas próximas horas, sem dar detalhes.

No Senado dos Estados Unidos, manifestantes interromperam um depoimento do secretário de Estado Antony Blinken pedindo que o país deixe de financiar Israel e promova um cessar-fogo.

Alguns deles levantaram as mãos tingidas de vermelho.

Sem dinheiro para Israel, pede manifestante atrás de Blinken. Reprodução CSpan

A situação dos hospitais de Gaza que permanecem abertos é desesperadora.

Alguns procedimentos estão sendo feitos no chão e sem anestesia.

Até agora, os bombardeios de Israel já causaram mais de 20 mil feridos.

As forças militares de Israel estão tentando dividir o território palestino em dois pedaços, isolando o Norte -- onde fica o maior centro urbano, a cidade de Gaza -- do Sul.

O Egito anunciou que vai abrir a passagem de Rafah amanhã para receber 81 pacientes palestinos que estão em estado grave mas podem ser transferidos.

De acordo com o diário britânico Financial Times, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu fez lobby junto a líderes europeus para que pressionassem o Egito a receber refugiados palestinos.

A ideia de esvaziar Gaza e transferir os palestinos para a península do Sinai tem apoio dentro da extrema-direita de Israel.

O governo militar do Egito é um importante cliente dos Estados Unidos e sujeito à pressão de Washington.

*Este post foi modificado para atualização de informações.