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Conselho de Segurança da ONU aprova intervenção militar no Haiti; qual será o papel do Brasil?

Nova missão de pacificação vai ser enviada ao país: MINUSTAH foi marcada por massacres e abusos comandados pelo nosso exército

Militares brasileiros atuaram no Haiti na MinustahCréditos: UN Photo/Logan Abassi
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Nesta segunda-feira (2), o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) aprovou uma nova intervenção militar da organização no Haiti.

13 países, incluindo o Brasil, votaram pela aprovação da resolução 2699, que autoriza o deslocamento de tropas de segurança para o país. Rússia e China se abstiveram. Os outros membros do Conselho de Segurança  - entre permanentes e não permanentes - votaram pela aprovação.

Os EUA foram os líderes de articulação pela intervenção. Teoricamente, os EUA desejam estabilizar o Haiti para evitar a onda de imigração que tem chegado ao seu território desde 2020.

O primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, pediu a intervenção. "É urgente que o Conselho de Segurança, órgão executivo das Nações Unidas, que tenha o poder e a competência necessária, autorize o destacamento de uma missão multinacional especializada, com policiais e militares, em apoio à Polícia Nacional do Haiti, com o fim de combater as gangues e restaurar a segurança", sustentou Henry na Assembleia Geral da ONU.

A missão será liderada pelo Quênia, que busca ganhar relevância no cenário internacional. Além dos quenianos,  Bahamas e Jamaica também ofereceram forças para realizar a operação no país.

O governo brasileiro deve participar treinando policiais e outros militares para trabalhar no país. O Brasil atuou por 13 anos em solo haitiano no âmbito da MINUSTAH.

Segundo a BBC, o governo brasileiro - que preside o Conselho de Segurança da ONU - dialogou com China e Rússia para evitar um eventual veto.

O que foi a MINUSTAH?

A Minustah (Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti) foi uma missão de paz da ONU no Haiti que esteve em operação de 2004 a 2017. A missão foi criada pelo Conselho de Segurança da ONU em abril de 2004 com o objetivo de levar ajuda humanitária e promover a normalidade no país. 

A Minustah foi liderada principalmente pelas forças militares brasileiras e chilenas, e foi a primeira missão na região a ser liderada por militares brasileiros e chilenos

A missão foi acusada de agir com violência desproporcional e cometer sérios abusos contra a população civil, destacando-se a invasão de Cité Soleil em 2005, conhecida como Operação Punhos de Ferro, que deixou mais de 70 civis, incluindo crianças e mulheres, mortas. General Heleno era o comandante das tropas à época.

A missão foi substituída pela Missão das Nações Unidas de Apoio à Justiça no Haiti (MINUJUSTH) em 2017, que deslocou em 2380 agentes de segurança para o país não-militares, e foi encerrada em 2019.

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