O repórter Wael Al Dahdouh, da Al Jazeera, estava transmitindo ao vivo em Gaza quando foi surpreendido por um ataque de Israel nas proximidades de um centro médico e de reabilitação do território palestino.
Uma ala inteira do hospital Wafa, no bairro de Shejaiya, já tinha sido demolida em ataque de Israel em 2014, sob a alegação de que o prédio era usado como centro de comando e controle do Hamas.
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Desde domingo, Israel acelerou os bombardeios a Gaza.
De acordo com o Ministério da Saúde do território, o número de mortos atingiu 5.795, sendo 2.360 crianças, 1.292 mulheres e 295 idosos. Há 18 mil feridos.
Os principais hospitais do território ficam na Cidade de Gaza, que está sob ordens de retirada total de Israel.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o risco de colapso é iminente, uma vez que Israel não permitiu a entrada de óleo diesel nos caminhões de ajuda humanitária.
A Agência Palestina de Informações Wafa diz que o sistema de saúde de Gaze está se desintegrando:
Algumas das instalações que aguardam abastecimento e combustível da OMS no norte de Gaza incluem o hospital Al-Shifa, onde a ocupação já se aproxima dos 150%. Ontem à noite, o Hospital Indonésio foi forçado a encerrar alguns serviços críticos devido à falta de combustível e agora trabalha com funcionalidade limitada. O Hospital da Amizade Turco, o único hospital oncológico da Faixa de Gaza, continua parcialmente funcional devido à falta de combustível, colocando em risco cerca de 2.000 pacientes que sofrem de câncer
Um porta-voz de Israel disse que o país não permitirá a entrada de combustível, sugerindo que o Hamas devolva o diesel que teria "roubado" da Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras para Refugiados da Palestina no Oriente Próximo.
SEM ACORDO
Hoje o secretário geral das Nações Unidas, António Guterres, sugeriu um cessar-fogo humanitário e disse que o ataque do Hamas a Israel não aconteceu no vácuo.
É importante reconhecer que os atos do Hamas não aconteceram por acaso. O povo palestino foi submetido a 56 anos de uma ocupação sufocante. Eles viram suas terras serem brutalmente tomadas e varridas pela violência. A economia sofreu, as pessoas ficaram desabrigadas e suas casas foram demolidas
A declaração enfureceu autoridades de Israel. O embaixador do país nas Nações Unidas cancelou uma reunião que teria com Guterres e pediu a demissão do secretário-geral.
A Rússia e a China renovaram pedidos por um cessar-fogo.
Moscou prometeu vetar uma proposta dos Estados Unidos que será votada no Conselho de Segurança
Na resolução, Washington pede que o Irã pare de exportar armas para "milícias e grupos terroristas que ameaçam a paz e a segurança em toda a região".
O texto não fala em cessar-fogo, mas em manter a entrada de ajuda humanitária de forma "contínua, suficiente e desimpedida".
Os Estados Unidos vetaram uma resolução proposta pelo Brasil que pedia pausas e corredores humanitários. O texto brasileiro obteve 12 votos.
Além do veto, a Rússia disse que vai submeter um novo texto ao Conselho.
A resolução dos Estados Unidos trata detalhadamente do ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro e diz que Tel Aviv tem o direito de se defender.
Países árabes não aceitam o argumento alegando que Israel é uma força de ocupação.
Watch the moment an Israeli airstrikes attack the vicinity of Al-Waffa’ hospital in Gaza close to Al Jazeera Arabic correspondent Wael Al Dahdouh. pic.twitter.com/qCkur3nrxb — PALESTINE ONLINE ???? (@OnlinePalEng) October 24, 2023