Um ex-coronel de um dos serviços de inteligência de Israel, Yigal Carmon, está envolto na controvérsia que chacoalha o alto escalão do governo de Israel nas últimas horas.
Os rumores espalhados por comentaristas são tantos que o primeiro ministro Benjamin Netanyahu fez uma aparição conjunta com os outros dois integrantes do gabinete de guerra para dizer que há unidade.
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De acordo com a mídia israelense, alguns ministros do governo de extrema-direita estariam dispostos a pedir demissão em protesto contra Netanyahu. Ele também estaria em conflito com seu ministro da Defesa, Yoav Gallant.
Pesquisa publicada pelo Jerusalem Post diz que 56% dos israelenses querem que Netanyahu renuncie depois do conflito com o Hamas. 79% dos eleitores da coalizão governista atribuem o ataque do Hamas a um fracasso do governo. 52% pregam a renúncia do ministro da Defesa quando a crise terminar.
Yigal Carmon é fundador do Instituto de Pesquisas da Mídia do Oriente Médio, que monitora e traduz publicações em árabe, persa e outros idiomas.
Em entrevista, ele lembrou:
Emiti [no site do instituto] um alerta antecipado sobre uma guerra em setembro, outubro. Foi baseado em um material infindável. Fontes abertas que mostravam o que eles estavam planejando, que mostravam com mapas e imagens do treinamento real. Ninguém me ouviu. Nosso instituto publicou. Fontes abertas, sem segredos. Estava escrito na parede e ninguém prestou atenção
O ex-militar, que foi assessor de dois ex-primeiros ministros, joga a culpa na aliança clandestina entre Netanyahu e o Hamas, financiada pelo Catar:
Esta guerra não terá fim. Eles vão se esconder. Eles continuarão a atacar. Sou contra entrar em Gaza. O que aconteceu foi o resultado de uma colaboração mortal entre o nosso primeiro-ministro e o Catar. Dez anos de colaboração que contribuíram com um bilhão e meio de dólares para o Hamas. Nosso primeiro-ministro pensou que os estava comprando. Uma consideração imprudente e mortal. Ele permitiu o desenvolvimento do império militar do Hamas
O ponto-de-vista de Carmon vem sendo expresso por um grande número de comentaristas em Israel.
Há relutância sobre a incursão terrestre em Gaza porque o Exército de Israel é composto por reservistas e não tem grande experiência em combate urbano.
A ideia de que as tropas de Israel se concentrem numa pequena faixa ao norte de Gaza ganha força.
30 MIL HOMENS
Carmon diz que o Hamas tem 30 mil homens prontos para combater.
Netanyahu está acabado politicamente, mesmo que ele ainda não saiba disso. O que o Hamas fez é uma coisa, mas o apoio que o Hamas obteve de todo o mundo árabe e muçulmano é outra. Há um intelectual, marroquino, residente na França, um ídolo da esquerda, que disse que a causa palestina foi assassinada no dia 7 de outubro
Monitorando a mídia de paises árabes e muçulmanos, ele faz uma previsão sombria:
Ninguém em sã consciência em Israel acreditará em qualquer acordo com qualquer país árabe que arrisque a nossa vida novamente. Esqueça. Isso acabou. Teremos que viver da nossa espada por mais 50 anos