O candidato à presidência Javier Milei já está dando sinais de falência em sua estratégia de "El Loco". O homem que acusou o Papa de ser comunista, que iria cortar relações com o Brasil e com a China e que disse ser um "anarcocapitalista" se viu encurralado pelo segundo lugar no primeiro turno e já começa a agir com desespero.
Logo no primeiro dia depois das eleições, Milei sinalizou que daria ministérios para Patricia Bullrich, da coalizão Juntos por El Cambio, sua principal adversário no voto pela direita, e que cederia uma de suas pastas para a candidata Myriam Bregman, da Frente de Izquierda, candidata mais à esquerda do que o próprio Sergio Massa.
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"Neste assunto, são aqueles que mais sabem e podem ajudar, portanto, não me importo nem um pouco com o que eles pensam sobre a teoria do valor-trabalho", disse Milei em diálogo com a Rádio El Observador.
A estratégia foi chamada de "gatinho manhoso" por diversos apoiadores de Milei, que utilizou a simbologia do leão como representação de sua campanha de extrema direita.
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Em nome de Bregman, o vereador de Buenos Aires Gabriel Solano rejeitou a oferta do fascista. "Então, Milei está oferecendo à esquerda o Ministério do Desenvolvimento Humano, que queria eliminar? Não, obrigado. Com Milei, nem mesmo iremos até a esquina. Nem até a metade do quarteirão", disse.
Milei precisa garantir que todo o eleitorado de Patricia Bullrich vá para a sua candidatura. Caso Massa converta integralmente os votos de Bregman e Schiaretti - como se espera -, a situação se complica para Milei, que deverá caminhar para o centro para conquistar mais votos.