A média de idade da população da Faixa de Gaza é de 18 anos. Dos cerca de 2,1 milhões de habitantes do território palestino, 47% são jovens de até 17 anos, segundo o Palestinian Central Bureau of Statistics (Escritório Central de Estatísticas Palestino, em português).
Em meio a bombardeios diários e irrefreados de Israel em Gaza desde o último dia 7, quando uma ofensiva do grupo político palestino Hamas transformou o conflino israelo-palestino em uma guerra, as crianças são a faixa etária que mais gera preocupação.
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Na última segunda-feira (16), a Defesa Internacional para as Crianças da Palestina (DCIP, na sigla em inglês), divulgou um levantamento que mostra que, a cada 15 minutos, uma criança palestina é assassinada na Faixa de Gaza, devido a bombardeios israelenses.
Um dos pesquisadores do DCIP, Mohammad Abu Rukbeh, afirma que, além das fatalidades, para aqueles que sobrevivem, ficam danos psicológicos irreparáveis.
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“As repercussões desta guerra não afetarão apenas as vítimas que perdemos, algumas das quais ainda estão presas sob os escombros de suas casas, e não apenas as áreas residenciais que foram completamente destruídas, incluindo as nossas próprias casas, mas o impacto psicológico sobre nós, civis e nossos filhos, será catastrófico”, disse.
A organização estima que um terço dos mortos da Palestina são crianças. De acordo com a Al Jazeera, o número de jovens mortos na atual guerra já supera a quantidade de fatalidades neste grupo nos últimos quatro momentos em que o conflito na região se agravou, em 2008, 2012, 2014 e 2021.
Escritório da ONU afirma que crianças mortas ultrapassam 1.700
Na última terça-feira (17), Israel bombardeou o hospital árabe de Al Ahli, na Faixa de Gaza, no que é considerado o ataque mais fatal contra Gaza desde 2007, quando a região foi cercada e convertida em um campo de concentração a céu aberto por israelenses e egípcios.
Cerca de 500 pessoas, civis feridos, morreram no ataque e centenas estão nos escombros. Esse fato, somado à intensificação dos bombardeios em Gaza, levou o número de vítimas palestinas a aumentar exponencialmente.
No último dia 19, o Ministério da Saúde de Gaza divulgou que 3.785 pessoas foram mortas em ataques aéreos israelenses desde o dia 7 de outubro. Dessas, 1.524 são crianças, o que corresponde a cerca de 40% das vítimas. Outras 12.493 pessoas foram feridas.
Baseado nestes números mais recentes, o jornal Islamic Relief calculou que, nos dias 18 e 19, uma criança palestina foi morta a cada cinco minutos.
Neste sábado (21), o último boletim do Escritório das Nações Unidas (ONU) para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês), informou 4.385 fatalidades em Gaza, sendo 1.756 crianças.
Qual a situação na Cisjordânia
Operações israelenses na Cisjordânia ocupada também têm feito vítimas. O OCHA informou que, no território, 84 pessoas foram mortas desde 7 de outubro, sendo 27 crianças, mais de um terço do total.
O DCIP diz que “investigações e provas recolhidas sugerem regularmente que as forças israelitas utilizam força letal contra crianças palestinas em circunstâncias que podem equivaler a execuções extrajudiciais ou intencionais”.