Os argentinos vão às urnas neste domingo (22) para escolher o próximo presidente da República. O pleito é considerado um dos mais importantes da história do país, pois, dependendo do resultado, a nação sul-americana pode ser lançada em um mar de incertezas e extremismo à direita.
Diversas pesquisas mostram um cenário embolado no qual os principais candidatos aparecem ora tecnicamente empatados, ora com certa distância entre um e outro. No entanto, o fato é que o pleito presidencial argentino é dominado desde o começo pelo representante da extrema direita, Javier Milei, que venceu as primárias e tem catalisado mentes e corações de jovens da elite e da periferia da Argentina.
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No campo oposto está Sergio Massa, ministro da Economia do governo de Alberto Fernández. Massa é o representante da corrente kirchnerista/peronista, que tem dominado o cenário político nas últimas décadas, mas que pode sair de cena e dar lugar a Milei e lançar o país em um mar de incertezas.
Além de Massa e Milei, quem também disputa um lugar no segundo turno da eleição presidencial é Patricia Bullrich, do campo neoliberal que tem como figura central o ex-presidente argentino Mauricio Macri. Bullrich aparece em terceiro lugar.
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A seguir, confira o que pensa cada um dos candidatos a ocupar a principal cadeira da Casa Rosada:
Javier Milei, o ‘Bolsonaro Argentino’
Para entender a figura de Javier Milei e qual a chance dele ganhar as eleições presidenciais argentinas de 2023, vamos resumir um pouco da trajetória deste político, cunhado como uma das principais lideranças da extrema-direita na América Latina.
Javier Milei é um deputado federal argentino e pré-candidato à presidência argentina pelo bloco político A Liberdade Avança. Defensor de uma agenda ultraliberal e conservadora nos costumes, Milei ficou famoso após fazer falas polêmicas na televisão contra a classe política argentina.
Milei se define como um “minarquista”, isto é, um sujeito que defende um estado realmente mínimo, onde nenhum tipo de assistência social é garantida para os cidadãos. Ele é um defensor das teorias da escola austríaca,coisa que compartilha com Paulo Guedes, ex-ministro da Economia do Brasil.
Javier Milei é deputado federal desde 2021, e, desde então, tem trabalhado para tensionar à direita a oposição ao governo de Alberto Fernández. Atualmente, a oposição tem se dividido em um projeto de extrema-direita liderado por Javier Milei e um projeto mais moderado, do Juntos por el Cambio, cujo provável candidato é Horácio Larreta, prefeito de Buenos Aires.
De extrema-direita, Miler é contra o aborto, afirma que vai acabar com o "marxismo cultural" e defende a comercialização legalziada de órgãos.
Confira o perfil completo de Milei aqui.
Quem é Sergio Massa, o candidato do peronismo
Sergio Massa é o candidato do Unión por la Patria, coalizão de centro-esquerda que reúne os principais nomes do peronismo e da esquerda argentina, como Cristina Kirchner e o atual presidente, Alberto Fernández.
Sergio Massa é um político argentino que atualmente exerce o cargo de Ministro da Economia do país desde agosto de 2022. Ele também é candidato presidencial pela coalizão de esquerda Unión pela Patria.
Massa nasceu em 1972 em uma casa de classe média nos subúrbios de Buenos Aires, filho de um empresário da construção civil e de uma dona de casa. Ele iniciou sua carreira política na década de 1990 como parte do grupo de direita Unión de Centro Democrático, que apoiava partidos peronistas durante a presidência de Carlos Menem.
Ele foi candidato nas eleições presidenciais de 2015 e perdeu contra Macri - que apoia Patricia Bullrich. Massa já atuou como diretor executivo da ANSES, a agência de previdência social da Argentina, de 2002 a 2007. Mais tarde, ele foi chefe de gabinete da ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner de 2008 a 2009.
Sergio Massa foi presidente da Câmara dos Deputados da Argentina entre 2015 e 2022, e foi alçado ao cargo de ministro da Argentina como parte do esforço do peronismo para se salvar frente a uma das eleições mais da história.
Ele é conhecido por sua flexibilidade política, já tendo flutuado entre a oposição ao kirchnerismo e atualmente está no campo mais à direita do peronismo.
Confira o perfil completo de Massa aqui.
Quem é Patrícia Bullrich, a candidata do neoliberalismo
Patricia Bullrich é a candidata à presidência da Argentina pela coalizão Juntos por el Cambio, que reúne os setores tradicionais da direita liberal argentina, como Maurício Macri, ex-presidente do país.
Bullrich nasceu em 11 de julho de 1966 em Rosário, na província de Santa Fé. Sua carreira na política a levou a ocupar diversos cargos de destaque, desempenhando um papel importante no cenário político argentino.
Em 1999, tornou-se a Chefe de Gabinete do Ministério da Política Social e Desenvolvimento Humano da província de Buenos Aires, sob a liderança de Graciela Fernández Meijide, de esquerda. Esse cargo foi o início de sua ascensão política, e ela ganhou notoriedade por suas políticas sociais e seu compromisso com o desenvolvimento humano.
Porém, ao longo dos anos, Bullrich foi engrenando para a direita. Foi com a chegada de Mauricio Macri à presidência da Argentina em 2015 que Patricia Bullrich alcançou o auge de sua carreira política.
Macri nomeou-a como Ministra de Segurança, um cargo fundamental em um país que enfrentava desafios significativos em relação à criminalidade e à segurança pública. Bullrich assumiu a tarefa com determinação, implementando políticas de combate ao narcotráfico e à criminalidade organizada.
Em 2019, com a mudança de governo e a posse de Alberto Fernández como presidente, Patricia Bullrich assumiu a presidência do PRO (Proposta Republicana), um dos principais partidos de oposição na Argentina.
Neste ano, venceu as primárias da coalizão Juntos por El Cambio contra Horacio Larreta, prefeito de Buenos Aires. Em um anúncio recente, Bullrich afirmou que, se eleita, Horacio Rodríguez Larreta, o rival que derrotou nas primárias, será seu Chefe de Gabinete.
Confira o perfil completo de Bullrich aqui.