O governo de Israel deu um prazo de 24 horas para que os moradores da Cidade de Gaza abandonem suas casas em direção ao sul da região. O alerta foi confirmado por meio de um aviso emitido nas redes sociais do Exército do país.
De acordo com o comunicado, a evacuação é para a própria segurança dos habitantes da Faixa de Gaza e orientou as pessoas a retornarem à Cidade de Gaza somente quando o governo de Israel permitir.
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Além disso, o governo de Israel também declarou que nos próximos dias as operações na Cidade de Gaza serão "significativas" e que os moradores da região não devem se aproximar nem tentar ultrapassar a fronteira.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o comunicado do governo israelense foi emitido pouco antes da meia-noite no horário local. Dessa maneira, as 24 horas se completarão às 18h desta sexta-feira (13) no horário de Brasília. A ONU informou que transferiu seu centro de operações centrais para o sul de Gaza.
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O chefe do gabinete de comunicação do Hamas, Salama Marouf, declarou à CNN que o aviso do governo de Israel "é propaganda falsa, com o objetivo de semear confusão entre os cidadãos e prejudicar nossa coesão interna".
A ONU também declarou que a realocação em massa dos palestinos, cerca de 1,1 milhão, "é impossível" e que pode ter consequências devastadoras.
"Fazemos um apelo global, um apelo inequívoco de todos os Estados-membros da comunidade internacional, particularmente daqueles com influência, para insistir no pleno Direito Internacional Humanitário", declarou a porta-voz dos Direitos Humanos da ONU, Ravina Shamdasani.
Ataques de Israel já mataram mais de 400 crianças palestinas
Balanço divulgado nesta quinta-feira (12) pelo governo da Palestina revela um cenário de profunda barbárie causado pelos incessantes bombardeios do governo de Israel.
De acordo com os dados do governo palestino, 1.447 pessoas já morreram em Gaza desde o início dos ataques israelenses, das quais 447 são crianças e 248 são mulheres.
Além disso, um informativo da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado nesta quinta-feira, revela que cerca de 340 mil habitantes tiveram que abandonar suas casas devido aos ataques de Israel.
O governo da Palestina também informa que os cidadãos palestinos estão sem acesso a água, alimentos e eletricidade.
O cerco imposto pelo governo de Israel contra a Palestina foi criticado pelo Alto Comissário da ONU, Volker Turk, que chegou a afirmar que o cerco é proibido pelo direito humanitário.
"Hospitais podem se tornar necrotérios."
O diretor regional do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) foi direto em seu comunicado: "Sem eletricidade, os hospitais correm o risco de se transformar em necrotérios. A miséria humana causada por essa escalada é abominável, e imploro às partes que reduzam o sofrimento dos civis", disse.
Apesar do apelo da Cruz Vermelha, o governo de Israel afirmou que "não haverá exceções humanitárias" até que o Hamas liberte todos os reféns.
"Não haverá exceções humanitárias [...] Ajuda humanitária a Gaza? [...] Nenhum hidrante será aberto e nenhum caminhão de combustível entrará até que os reféns israelenses retornem para casa", declarou o ministro da Energia israelense, Israel Katz.
Israel ataca aeroporto de Damasco
Segundo a Reuters, o canal de mídia local Sham FM disse que, em resposta aos ataques, as defesas aéreas sírias foram acionadas. Até o momento, o governo de Israel não se pronunciou, apesar da mídia israelense já ter noticiado o ataque.
Teria havido dano no aeroporto de Aleppo, mas nenhum ferido. Não foram divulgadas informações sobre a situação em Damasco.
Porvque houve o ataque
De acordo com a Reuters, o ataque tinha o objetivo de interromper as linhas de abastecimento iranianas para a Síria. Israel acredita que a maior parte dos armamentos que vão para o Irã – apoiador da Palestina – tenham como origem a Síria.
Esse teria sido mais um dos ataques de Israel a “alvos ligados ao Irã na Síria”. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian, estava previsto para visitar a Síria na sexta-feira (13). O ministro dos Transportes da Síria informou que uma visita técnica foi realizada para verificar a extensão dos danos.