O assassinato de um homem negro de 29 anos, na cidade de Memphis, no Tennessee, nos EUA, cometido por cinco policiais também negros gerou uma onda de comoção e revolta por todo o mundo. Tyre Nichols foi espancado brutalmente pelos agentes dia 7 deste mês e ficou internado até dia 10, quando faleceu. As imagens das câmeras acopladas ao uniforme dos policiais e outras registradas por circuitos de monitoramento só foram divulgadas agora.
Uma das imagens mostra o jovem, que era funcionário da gigante de entregas FedEx, sendo socado e chutado na cabeça e por todo o corpo, recebendo também descargas elétricas disparadas por uma pistola do tipo taser, enquanto grita desesperado pela mãe. Tyre estava a 70 metros de casa, num carro.
Seus algozes, identificados como Demetrius Haley, Desmond Mills, Jr, Emmitt Martin III, Justin Smith e Tadarrius Bean, segundo a versão que apresentaram a seus superiores e à Justiça, teriam parado Tyre “por suspeita de direção imprudente”, mas até agora a suposta infração não foi comprovada. Eles foram demitidos da Polícia de Memphis pelo prefeito da cidade, o democrata Jim Strickland.
Cerelyn Davis, a chefe da polícia de Memphis, classificou as ações de seus subordinados como “hediondas, imprudentes e desumanas”, e o caso fez se manifestar até mesmo o presidente dos EUA, Joe Biden, que num comunicado direcionado à imprensa disse que "como muitos, fiquei indignado e profundamente triste ao ver o horrível vídeo do espancamento que resultou na morte de Tyre Nichols".
Na tarde deste sábado, inúmeras manifestações foram registradas em várias cidades do EUA e em Memphis, palco do crime brutal, saques foram registrados e comércios.
Os policiais enfrentarão agora uma acusação por quatro crimes diferentes: assassinato em segundo grau, agressão agravada, má conduta oficial e opressão oficial, ainda que seus advogados tenham divulgado que seus clientes se declaram inocentes.
Veja os vídeo [IMAGENS FORTES]: