Preocupado com o crescimento internacional de movimentos de extrema-direita, inclusive dentro da União Europeia, o Parlamento Europeu aprovou nesta quinta-feira (19) uma resolução que versa sobre os ataques bolsonaristas a Brasília no último dia 8 de janeiro, que destruíram as sedes dos três poderes da República.
A resolução, aprovada por 319 votos contra 46 contrários – além das 74 abstenções – condena o terrorismo perpetrado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), hoje investigado pelo Supremo Tribunal Federal.
Te podría interesar
Além disso, foi aprovada uma declaração oficial de solidariedade ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os eurodeputados também elogiaram a rápida resposta do governo ao acontecimento. Ao que tudo indica, o ‘mito’ da extrema-direita brasileira deve terminar, no mínimo, inelegível, ao contrário do ex-presidente Donald Trump, dos EUA, que apoiou semelhante ataque ocorrido no Capitólio de Washington, em 6 de janeiro de 2021, e já se cacifa como possível candidato à presidência em 2024.
O texto proposto pela deputada alemã Anna Cavazzini, vice-diretora da delegação para o Brasil do Parlamento Europeu, pontua que os ataques a Brasília também se inserem em um contexto de crescimento internacional de grupos conspiratórios da extrema-direita.
A própria Alemanha, seu país, viveu um episódio semelhante em dezembro, quando a polícia desbaratou um golpe em curso. Na ocasião, além de neonazistas e membros das forças de segurança do país, havia um príncipe, oriundo da nobreza medieval local, envolvido nos planos do golpe. No Brasil, há membros da ex-família imperial luso-brasileira que embarcaram no bolsonarismo.
Para a eurodeputada alemã a soma do episódio de seu país às invasões do Capitólio em Washington e da Praça dos Três Poderes em Brasília demarca o momento de escalada desta extrema-direita global.
Por fim, foi defendido no Parlamento Europeu que haja uma regulação das redes sociais e plataformas de comunicação digital. O principal objetivo é frear o avanço das fake news que, na opinião de Cavazzini tiveram um papel central na divulgação da tese que buscou invalidar o resultado das eleições brasileiras e, consequentemente, o ataque de 8 de janeiro.