SABOTAGEM

Governo anuncia esforços para melhorar vigilância de sistema elétrico após atos terroristas

No bojo dos ataques bolsonaristas a Brasília, a Aneel registrou atentados a cerca de 16 torres de transmissão em Rondônia, Paraná e São Paulo, com a derrubada de 4 delas; Confira cronologia dos ataques

Torre de transmissão derrubada no último sábado em Vilhena (RO).Governo anuncia esforços para melhorar vigilância de sistema elétrico Créditos: Reprodução/Aneel
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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou na última segunda-feira (16) que a infraestrutura elétrica brasileira sofreu 7 ataques a torres de transmissão desde o último dia 8 de janeiro, que atingiram 16 torres, das quais 4 chegaram a ser derrubadas. Foram três ataques em Rondônia, dois no Paraná e mais dois em São Paulo.

Só em Rondônia foram derrubadas 3 torres; a outra foi no Paraná. Entre as 12 torres que não caíram, mas acabaram danificadas, foram 6 em Rondônia, 4 no Paraná e 2 em São Paulo. O fornecimento de energia não foi afetado pelas ocorrências.

Como resposta aos ataques, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou mudanças com as quais busca o aperfeiçoamento dos sistemas de vigilância das linhas de transmissão. Entre as inovações tecnológicas, podem ser incluídos um amplo sistema de câmeras, além do uso de drones para que seja feita uma ronda das estruturas. Ainda que as investigações não tenham sido concluídas, as autoridades assumem que as suspeitas de vandalismo bolsonarista são o provável desfecho.

A declaração de Silveira veio na sequência de uma reunião com o setor, onde estiveram presentes representantes da Aneel, do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) e das polícias Federal e Rodoviária Federal.

“A reunião serviu também para discutirmos questões fundamentais para a modernização da segurança do sistema de transmissão nacional. Há uma boa vontade muito grande de todos os players desse sistema, com implementação de videomonitoramento, implantação de vigilância via drone, e outros sistemas muito modernos que têm no mundo”, resumiu o ministro.

Cronologia dos ataques

Os primeiros casos registrados de ataques bolsonaristas a torres de transmissão de energia elétrica ocorreram na madrugada seguinte aos ataques em Brasília, entre os dias 8 e 9 de janeiro. Na ocasião foram derrubadas três torres, uma no Paraná e duas em Rondônia.

As torres derrubadas em Rondônia são da Eletronorte, subsidiária da Eletrobrás, e ficam localizadas nas cidades de Cujubim (Torre 219) e Rolim de Moura (Torre 724). A torre derrubada no Paraná ficava instalada na cidade de Medianeira, a 50 quilômetros de Foz do Iguaçu.

Na sequência, vieram dois ataques em São Paulo, ambos na última quinta-feira (12). O primeiro ocorreu em Rio das Pedras, em linha de alta tensão que liga os municípios de Assis e Sumaré. De acordo com a Aneel houve uma clara tentativa de derrubar a torre, que pertence ao sistema da Taesa. Relatos dão conta de sabotagem nas estruturas de sustentação da torre.

No mesmo dia, outra torre foi atacada em Palmital (SP). Dessa vez a linha atacada é operada pela empresa ISA CTEEP e cobre trecho entre as cidades de Assis e Andirá. Apesar das tentativas, torres não foram derrubadas em São Paulo.

Na sexta-feira (13) ocorreu novo ataque, no interior do Paraná, na cidade de Tupãssi, em linha de transmissão que liga Foz do Iguaçu (PR) a Ibiúna (SP). A torre, sob responsabilidade da Furnas, não foi derrubada.

No sábado (14) a quarta torre de transmissão foi posta abaixo em Rondônia, volta das 18h43, em linha de transmissão localizada entre os municípios de Pimenta Bueno e Vilhena. A Torre 277, localizada em Vilhena, foi derrubada. Novamente, a Aneel relatou  sabotagem das estruturas físicas como a causa da derrubada da torre.

*Com informações da CNN e do G1.