Brenda Elizabeth Uliarte, a jovem de 23 anos que é namorada de Fernando Andrés Sabag Montiel, o brasileiro que tentou matar a tiros Cristina Kirchner, vice-presidente da Argentina, pouco antes de ser presa por agentes da Polícia Federal Argentina (PFA) na noite de domingo (4), quando estava tentando fugir pela estação de trens de Palermo, fez uma transmissão ao vivo no Instagram.
Nas imagens, a namorada de Montiel fala sussurrando e aproveita para repetir chavões de extrema-direita, sempre sobre corrupção, e inclusive cita uma frase de Javier Milei, um deputado argentino ultrarreacionário que ganhou notoriedade no cenário político nos últimos anos e que, por conta de seu extremismo, boca suja, pouca civilidade e discurso de ódio foi apelidado de “Bolsonaro argentino”.
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“Não há reconciliação com corruptos. Não, galera. Chega de corrupção, seja de quem for, de qualquer lado político. Chega de corrupção. De qualquer país, de qualquer lugar. Chega de corrupção”, disse Brenda, parafraseando seu ídolo político.
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Na manhã desta segunda-feira (5), um homem identificado como José Derman, que seria coordenador de um grupo de extrema-direita conhecido no país pela disseminação de forte e violento discurso de ódio, o Centro Cultural Kyle Rittenhouse, que foi às redes reivindicar participação no atentado frustrado de Monteil, foi preso pela PFA numa das sedes da organização radical, em La Plata, local em que havia pinturas e grafites nas paredes em alusão a Milei.
"Nosso total apoio ao herói brasileiro que tentou fazer justiça aos argentinos", diz Derman na mensagem. Na sede do grupo extremista a PFA encontrou ainda um morteiro (explosivo militar) de 83 centímetros, que precisou ser retirado por um esquadrão antibomba, que o detonou numa área segura.
Entre as frases pouco solidárias e de natureza incendiária e odiosa de Milei, que diz publicamente ser admirador de Jair Bolsonaro, está um pronunciamento realizado depois do atentado a Cristina Kirchner, no qual aproveita para traçar analogias sem sentido, com intenção de manter seus ataques à esquerda e até a setores da direita convencional mesmo diante do ato violento de Montiel.
“Alguém pode me dizer onde é o feriado para as vítimas do massacre de Once? Ou quando o promotor Nisman foi morto? Ou quando foi o ataque contra a AMIA ou a Embaixada de Israel? Basicamente, o que deve ficar claro para eles é que os políticos não têm privilégios em relação ao resto da população. Eles não são mais importantes do que as pessoas que estamos representando”, disse Milei.