Acusado de chefiar uma quadrilha de exportação de cocaína, o brasileiro Diogo Ferreira Mariano é mais um brasileiro procurado pela Interpol (Polícia Internacional). Apontado pela Polícia Federal como o líder do esquema responsável pelo envio de 23 toneladas de cocaína para a Europa, Mariano viajou para Dubai, nos Emirados Árabes, dias antes de a operação da qual é alvo ter sido deflagrada, na última quarta-feira (17).
No dia da deflagração da Operação Efeito Cascata, da Polícia Federal, foram cumpridos 34 mandados de busca e apreensão e presas 27 pessoas acusadas de participar do esquema criminoso. Além disso foram bloqueados R$ 500 milhões e confiscados 19 imóveis pertencentes aos acusados. As informações são da coluna do Josmar Jozino, no Uol, jornalista de longa trajetória cobrindo crimes e segurança pública. Ele não conseguiu fazer contato com os advogados de Mariano.
Entre os imóveis que envolveram a operação, foi encontrada uma réplica da McLaren de Ayrton Senna e uma coleção de relógios caros - em especial da marca Rolex, que podem a chegar a R$ 200 mil - em casa de Mariano na Barra da Tijuca, famoso bairro de classe média alta da zona oeste carioca. Já em sua mansão à beira-mar em Angra dos Reis, Mariano teria jet-skis para dar umas voltas. Na mesma operação, mergulhadores da PM ainda encontraram 95 kg de pasta base de cocaína escondidos num casco de navio.
A Polícia Federal suspeita que a viagem de Diogo Ferreira Mariano a Dubai tenha sido a negócios e ativou o alerta internacional. De acordo com as investigações, o brasileiro coordena o esquema de lavagem de dinheiro do bando a partir de lá, remotamente. Em terras sul-americanas, a operação da quadrilha começava na Bolívia, de onde trazia a droga em caminhões. No Brasil eram reempacotadas e viajavam até os portos de Itaguaí (RJ) e Santos (SP), onde eram misturadas a mercadorias legais e enviadas para a Europa. Além do tráfico, o grupo também é investigado por dois assassinatos.
As belas casas na Barra da Tijuca e em Angra dos Reis sugerem uma vida de luxo que se confirma quando observado um outro detalhe da investigação da PF. Entre a cocaína do esquema de Mariano apreendida no portos brasileiros, havia carregamentos de 3 dos maiores traficantes brasileiros, entre eles o famoso traficante André Oliveira Macedo, integrante do PCC de 44 anos e mais conhecido como André do Rap – que também é procurado pela Interpol.
Além de André do Rap, havia um carregamento de Sérgio Roberto de Carvalho, mais conhecido como Major Carvalho. Ele é conhecido na Europa como “Escobar brasileiro” e acabou preso em um hotel de luxo na Hungria cerca de dois meses atrás. Uma outra carga seria do braço direito de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo do PCC. Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, está preso em Catanduvas (PR) de onde faria o envio de drogas ao exterior através da quadrilha de Mariano.