A primeira-ministra da França, Elisabeth Borne, anunciou durante sessão no parlamento francês, nesta quarta-feira (6), que o governo vai estatizar totalmente o setor elétrico do país, assumido todo o controle da empresa Électricité de France (EDF).
O Estado francês, atualmente, detém 84% das ações da companhia. O objetivo da estatização total é garantir a soberania energética do país e segurar a alta das tarifas decorrente da guerra na Ucrânia.
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"A emergência climática requer decisões fortes, radicais. Temos de ter controle completo da produção e do nosso futuro na área de energia. Temos que assegurar a soberania diante das consequências da guerra e dos desafios colossais à frente. Por isso, confirmo hoje a intenção do Estado de deter 100% do capital da EDF", anunciou a primeira-ministra, endossando a intenção expressada pelo presidente Emannuel Macron no início do ano.
Para adquirir 100% das ações da empresa de energia, o Estado francês deve ter que desembolsar cerca de 5 bilhões de euros que, pela cotação atual, representa R$ 27,6 bilhões.
Bolsonaro faz o caminho contrário com a Eletrobras; Lula quer reverter
No Brasil, Jair Bolsonaro (PL) faz o caminho contrário. Em maio deste ano, o Tribunal de Contas da União (TCU) autorizou e, em junho, o governo deu início ao processo de privatização da Eletrobras, maior empresa do setor elétrico da América Latina.
A venda da estatal é considerada um crime de lesa-pátria, visto que é a companhia que garante soberania de um setor estratégico ao país e que o controle privado deste tipo de companhia desagua, inevitavelmente, em tarifas mais caras para os consumidores.
Líder em todas as pesquisas de intenção de voto para a presidência nas eleições deste ano, Lula (PT) já se manifestou inúmeras vezes contra a privatização da Eletrobras e vem sinalizando que, caso seja eleito, pretende reverter a venda da estatal.
"Se a gente deixar privatizar a Eletrobras, se prepararem, porque as empresas não vão tomar conta apenas do preço da energia. Elas vão tomar a água dos nossos rios, e é capaz de não deixarem ninguém nadar mais (…) Quem quiser se meter a comprar a Eletrobras, se prepare, porque vai ter que conversar conosco depois das eleições”, declarou no início de junho.