A guerra entre a Rússia e Ucrânia completa 100 dias nesta sexta-feira (03). Ao contrário do que supunha o presidente russo Vladimir Putin, de que seria fácil derrubar o governo ucraniano e ocupar o país, o conflito se arrasta com milhares de corpos pelo caminho.
Ao longo do conflito, várias reuniões foram realizadas entre as lideranças da Ucrânia e da Rússia. As mediações ficaram a cargo dos governos da Turquia e da China, que buscam selar um acordo de paz entre as duas nações em conflito.
Enquanto o acordo de paz não chega, a Rússia sofre todo tipo de sanção e hoje está isolada sob a autocracia de Putin.
Abaixo organizamos um cronograma com os principais fatos em torno da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
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1 - Putin anuncia guerra e Rússia ataca Ucrânia
Na noite do dia 23 de fevereiro, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, foi à TV pública de seu país para anunciar a chamada "operação militar especial" na região separatista de Donbass, onde ficam Donetsk e Lugansk. Foi o início da guerra.
"As circunstâncias nos obrigam a tomar medidas decisivas e imediatas. As repúblicas populares de Donbass pediram ajuda à Rússia. A este respeito, de acordo com o artigo 51, parte sete da Carta da ONU [Organização das Nações Unidas], com a sanção do Conselho da Federação e em cumprimento de tratados de amizade e assistência mútua com a RPD e a RPL, ratificados pela Assembleia Federal, decidi realizar uma operação militar especial", disse o presidente russo em discurso transmitido pela TV - assista ao final da reportagem.
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2 – “Desnazificar a Ucrânia”
Uma das justificativas de Putin para invadir a Ucrânia é que, segundo o mandatário russo, o país vizinho foi tomado por "gangues nazistas".
Putin acusou a Organização do Tratado Atlântico Norte, a Otan, capitaneada pelos EUA, de apoiar grupos "nazistas e neonazistas" no país vizinho.
"Os países líderes da OTAN perseguem seus próprios objetivos apoiando totalmente os nazistas e neonazistas extremistas da Ucrânia, que, por sua vez, nunca perdoarão as pessoas da Crimeia e de Sebastopol por sua livre escolha de se reunificarem à Rússia".
3 - Presidente da Ucrânia diz que o seu país foi abandonado pelo Ocidente
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse em discurso na noite desta quinta-feira (25) que o país foi abandonado pelo Ocidente e que "todos estão com medo" de ajudar a defender o Estado contra a Rússia. Segundo ele, 137 pessoas morreram e 316 ficaram feridas no primeiro dia da guerra.
"Nos deixaram sozinhos para defender nosso Estado", afirmou. "Quem está disposto a lutar conosco? Não vejo ninguém. Quem está disposto a dar à Ucrânia uma garantia de adesão à Otan? Todos estão com medo", lamentou Zelensky.
4 - Putin pede ao exército da Ucrânia que derrube Zelensky e sua “gangue neonazista”
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, realizou nesta sexta-feira (25) um pronunciamento na TV e falou diretamente com os combatentes do exército da Ucrânia. Putin instou os militares a tomarem o poder e se livrarem do presidente Volodymir Zelensky e sua “gangue nazista”.
"Não permita que neonazistas e ultranacionalistas usem seus filhos, esposas e anciãos como escudos humanos. Tomem o poder em suas mãos. Parece que será mais fácil chegar a um acordo com vocês do que com essa gangue de viciados em drogas e neonazistas que ficaram em Kiev e tomaram todo o povo ucraniano como refém", declarou Putin em referência direta ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
5 - Rússia sofre sua mais dura sanção e é excluída do sistema Swift: "Desconectada do sistema financeiro"
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou neste sábado (25) que a Rússia será excluída do Swift, principal sistema de transações financeiras internacionais.
A medida é a mais dura sanção já aplicada contra a Rússia desde que o país governado por Vladimir Putin passou a atacar militarmente a Ucrânia.
Swift é a sigla de Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication, em inglês) e permite transferências de recursos financeiros entre países de maneira rápida e segura.
A decisão de excluir a Rússia do sistema veio após acordo estabelecido entre Estados Unidos, França, Alemanha, Itália, Canadá e Reino Unido.
6 - Putin coloca armas nucleares em posição de alerta grave
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, deu ordem para que o comando de seu país coloque as armas nucleares de represália em posição de alerta grave. O comando foi dado em reunião com o chefe do Estado-Maior da Rússia, general Valery Gerasimov, e o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, após ouvir declarações que considerou agressivas de representantes dos países que fazem parte da Otan.
Segundo Shoigu, a equipe estratégica visa deter agressões à nação russa e seus aliados, "inclusive em uma guerra com o uso de armas nucleares”.
7 - "Terceira Guerra Mundial envolverá armas nucleares e será destrutiva", diz ministro russo
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, declarou nesta quarta-feira (2), em entrevista à agência de notícias russa RIA, que "uma Terceira Guerra Mundial envolveria armas nucleares e seria destrutiva".
A declaração de Sergei Lavrov se dá em menos de 24 horas após o primeiro discurso do Estado da União do presidente dos EUA, Joe Biden. Durante a sua fala, o presidente estadunidense fez uma série de ameaças ao presidente Putin e declarou que "ele não tem ideia do que está por vir". No entanto, o mandatário não especificou o que estaria por vir.
8 - China critica sanções e diz que vai manter relações econômicas com a Rússia: "Não tem fundamento legal"
O governo da China declarou nesta quarta-feira (2) que não vai aderir às sanções contra o sistema financeiro russo liderado pelo Ocidente.
"No que diz respeito às sanções financeiras, nós não aprovamos, especialmente as sanções lançadas unilateralmente, porque elas não funcionam bem e não têm fundamento legal", declarou Guo Shuqing, presidente da Comissão Reguladora de Bancos e Seguros da China, em entrevista coletiva.
9 - Otan planeja Terceira Guerra Mundial, diz ex-primeiro-ministro da Ucrânia
Mykola Azarov, ex-primeiro-ministro ucraniano, afirmou nesta sexta-feira (4) que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) planeja desencadear a Terceira Guerra Mundial e usar armas nucleares contra a Rússia. As informações são do site soviético Sputnik.
De acordo com Azarov, o plano da Otan para a Ucrânia envolvia o bloqueio da capital Kaliningrado com a ajuda do exército polonês.
10 - Rússia ameaça cortar fornecimento de gás da Europa em resposta às sanções
O governo da Rússia ameaçou cortar o fornecimento de gás para a Europa caso as sanções econômicas sejam estendidas para o setor energético. Tal punição à Rússia já foi discutida pela União Europeia, mas não foi aprovada até que fontes alternativas sejam encontradas. A Rússia é o principal fornecedor de gás da região.
11 - "Risco de Terceira Guerra Mundial é grave e real", diz ministro russo
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, declarou na noite desta segunda-feira (25) para o “risco real” de uma Terceira Guerra Mundial após membros do governo dos EUA visitarem a Ucrânia e declararem que "é possível ganhar o conflito com o equipamento adequado".
Lavrov também afirmou que o risco de uma Terceira Guerra Mundial se torna mais real na medida em que a OTAN "em essência" está envolvida em uma guerra por procuração contra a Rússia ao fornecer armas para Kiev.