Depois que eclodiu a guerra na Ucrânia, com a invasão de tropas russas em 24 de fevereiro deste ano, e com as posteriores tensões em torno um conflito generalizado entre potências nucleares, um assunto militar começou a vir à tona e ser discutido entre os interessados em temas bélicos: os “aviões do juízo final”.
O apelido assusta, e é para assustar mesmo. A alcunha refere-se a dois modelos de aeronave, um produzido pelos EUA e outro pela Rússia, respectivamente o Boeing E-4 e o Ilyushin Il-80. Os dois veículos servem como postos de comando aéreo estratégico e têm a finalidade de carregar os chefes de Estado dessas duas nações e o mais alto comando de duas forças aéreas para, dos céus, totalmente protegidos, inclusive contra ataques nucleares, coordenarem o que se passa em terra no caso de um conflito “apocalíptico”.
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O Boeing E-4, chamado pelos norte-americanos de “Nigthwatch” (Vigilância Noturno), e o Ilyushin Il-80, ao qual os russos se dirigem como “Eimak” (A Tribo), têm muita coisa em comum por exercerem finalidades semelhantes. Os dois aviões não possuem janelas (exceto as da cabine dos pilotos), para evitar que o cegante clarão de uma explosão nuclear atinja o presidente e seus mais poderosos militares, assim como apresentam uma pintura toda branca com tecnologia especial que reflete a energia térmica nuclear proveniente de uma detonação atômica inimiga ocorrida nas "proximidades" do voo.
Outra característica importante é que os “aviões do juízo final”, que por óbvio carregam esse nome porque seriam utilizados em situações reais apenas no caso de uma guerra nuclear que ponha em risco a existência da humanidade, é uma proteção contra pulsos eletromagnéticos, que são explosões (no caso militar, provocadas) de energia eletromagnética, que podem causar em equipamentos inimigos (inclusive em aeronaves) interferência nas comunicações ou até mesmo danos físicos, o que derrubaria esses aparelhos.
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Mas quem pensa que esse tipo de tecnologia aeronáutica é algo ultramoderno e novo, recém-saído de algum filme de ficção científica, se engana. O norte-americano “Nightwatch” fez seu primeiro voo em 1973, enquanto o russo “Eimak” teve sua decolagem inaugural 14 anos depois, em 1987. Ambos, desde então, passam por modernizações tecnológicas periódicas.