Com 40,32% dos votos, em 99,99% das urnas apuradas, o candidato de esquerda, Gustavo Petro, da Coalização Pacto Histórico, confirmou o favoritismo apontado nas pesquisas e ficou em primeiro na eleição presidencial da Colômbia, realizada neste domingo (29).
Ele vai disputar o segundo turno, no dia 19 de junho, com Rodolfo Hernández, da Liga de Governantes Anticorrupção, conhecido como “Trump colombiano”, com 28,15%.
Na terceira colocação ficou o candidato de direita, Federico Gutiérrez, da Coalizão Equipe pela Colômbia, com 23,91% dos votos.
O adversário de Petro no segundo turno tem 77 anos, se autodenomina “Engenheiro Rodolfo Hernández”. Porém, é mais conhecido no país como o “Trump colombiano”, que, também tem uma fortuna e se apresenta como um outsider.
Conheça mais sobre Petro e sua vice, Francia Márquez
Gustavo Petro é formado em Economia. Foi prefeito de Bogotá e ex-guerrilheiro do grupo M-19, que atuava na luta armada.
Em 2016, Petro foi um dos grandes articuladores da construção do acordo de paz do Estado com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), assinado em 2016 pelo então presidente Juan Manuel Santos.
O grupo do qual Gustavo Petro fazia parte, o M-19, também foi beneficiado por um acordo semelhante ao assinado com as Farc, mas que se deu na década de 1990. Desde então, Petro atua na política convencional.
A candidata a vice de Petro é Francia Márquez. Ela nasceu em La Toma Suárez, região de Cauca, no Oeste da Colômbia, e começou a ganhar destaque na cena política do país ao denunciar a mineração ilegal do Ouro, que afeta o ecossistema do rio Ovejas e mais de 250 mil pessoas de sua comunidade.
Em 2018, Francia convocou um ato que lhe renderia o Prêmio Ambiental Goldman 2018 (conhecido como Nobel Ambiental).
Ela reuniu 80 mulheres de sua região e, juntas, caminharam por dez dias cerca de 350 quilômetros até Bogotá. O ato tinha por objetivo fazer com que as autoridades "ouvissem" as demandas do movimento.
Conhecida por ter uma retórica contundente e direta, Francia tem como bandeiras prioritárias o fim da desigualdade econômica das mulheres, a descriminalização do aborto, presença do Estado em regiões periféricas, erradicação do racismo estrutural e preservação do meio ambiente e da "mãe terra", como ela costuma dizer.