Suécia e Finlândia entregaram nesta quarta-feira (18) as suas respectivas candidaturas para ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Jen Stoltenberg, secretário-geral da aliança militar, declarou que "este é um bom dia em um momento crítico para nossa segurança".
Para o secretário-geral da Otan, as candidaturas "são um passo histórico", e a presença dos dois países na Otan pode aumentar "nossa segurança compartilhada". Além disso, Stoltenberg defendeu que a Otan seja ampliada.
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No entanto, o ingresso da Finlândia e da Suécia depende da aprovação da Turquia, que hoje é voto contrário. Para que um novo membro seja aceito na organização é necessário que todos os Estados membros votem a favor.
Segundo o site Bloomberg, o presidente da Turquia, Recep Erdogan, apresentou uma lista de exigências para aceitar o ingresso dos dois países pleiteantes.
O governo da Turquia exige a remoção das sanções impostas pela compra de sistemas de defesa antimísseis S-400 da Rússia e a reinclusão do país no programa de aeronaves avançadas F-35.
Além disso, o presidente turco afirma que a Finlândia e a Suécia não possuem uma posição clara sobre o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), legenda que é classificada como "terrorista" por Erdogan.
Erdogan acusa Helsinque e Estocolmo de dar guarida para 33 membros do PKK e a integrantes do movimento Gulen que, segundo Erdogan, está por trás da tentativa de golpe que tentou tirá-lo do poder em 2016.
Historicamente a Suécia e a Finlândia têm um histórico de concessão de asilo político a pessoas da Turquia, principalmente curdos étnicos, algo que Ancara considera inaceitável.
A posição final da Turquia tem peso na Otan, visto que o país tem atuado na mediação de conversas entre Rússia e Ucrânia, e está na coordenação de uma nova rodada de diálogo entre a Ucrânia e a Rússia.