O caso de uma menina de três anos que morreu asfixiada durante uma sessão de exorcismo praticada por um pastor, que era seu avô, na cidade de San Jose, na Califórnia, nos EUA, ocorrido no ano passado, voltou aos noticiários nesta terça-feira (10) após as investigações terem sido encerradas pela polícia.
Arely Naomi Proctor, segundo depoimento dos membros da comunidade evangélica da qual sua família fazia parte, “estava com o demônio” e seu avô, o pastor Rene Huezo, resolveu então exorcizá-la. A mãe da menina, Claudia Hernandez, de 25 anos, ajudou no macabro procedimento e segurou a filha pelo pescoço, esganando-a, até que a criança perdesse os sentidos. Um tio da vítima, irmão de Claudia, também teria participado da sessão.
Nas oitivas dos acusados às autoridades californianas, Huezo disse que a morte da menina “foi da vontade de Deus” e que “temos que aceitar que isso foi coisa de Deus, e tudo está na vontade de Deus, não importa se é algo pequeno ou grande”. Ele alegou que não tinha culpa, pois não escolhe o que faz nesses casos, já que agiria apenas conforme a vontade divina.
Os seguidores da religião liderada pelo avô exorcista disseram aos policiais no inquérito que a menina chorava e gritava constantemente, sem qualquer razão aparente, e que por isso concluíram que ela estava possuída por uma entidade maligna, justificando assim a barbaridade cometida contra a criança.
O que mais surpreendeu a opinião pública norte-americana foi o fato de apenas a mãe ter sido indiciada pelos promotores como autora do homicídio, deixando o avô, figura central na história funesta, e o tio fora das acusações.