CRISE

Maduro diz que vai ligar para Bolsonaro e oferecer fertilizantes

Guerra na Ucrânia desencadeou crise no Brasil, já que 85% dos fertilizantes são comprados no mercado internacional, a maioria da Rússia

Presidentes da Venezuela e do Brasil, Nicolás Maduro e Jair BolsonaroCréditos: Twitter/Agência Brasil
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O Brasil vive uma crise devido à recomendação da suspensão da exportação de fertilizantes por parte da Rússia, já que 85% desses produtos são comprados no mercado internacional, a maioria do país soviético.

Em meio à guerra na Ucrânia, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que irá oferecer ajuda ao Brasil e ligar para Jair Bolsonaro (PL) para oferecer fertilizantes.

“Em segredo, aumentamos a produção de ouro, ferro e petroquímica. Agora tem o problema dos fertilizantes em nível mundial. Vou ligar para Bolsonaro para oferecer fertilizantes e também ao México”, disse Maduro durante o 5º Congresso do Partido Socialista Unido da Venezuela (Psuv) neste sábado (5).

O Brasil é o quarto maior produtor de grãos do mundo e o segundo maior exportador. Essa produção exige o uso de fertilizantes. O país chegou a esse nível de dependência principalmente porque a Petrobras fechou uma unidade e vendeu três das fábricas de fertilizantes do país.

A necessidade que o Brasil tem de importar o insumo foi um dos principais motivos da visita de Jair Bolsonaro à Rússia em fevereiro. Dessa forma, o Brasil se encontra em uma situação difícil em relação à guerra entre Rússia e Ucrânia. Este, inclusive, é um dos motivos para Bolsonaro ter declarado neutralidade no conflito.

Biden abre diálogo com Maduro por petróleo venezuelano

 

Enquanto o preço do barril do petróleo brent chegou a US$ 139 na noite deste domingo (7), após o secretário do Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, anunciar eventuais sanções sobre o petróleo russo, integrantes do alto escalão do governo Joe Biden negociam uma eventual reabertura de mercado do produto na Venezuela de Nicolás Maduro.

A comitiva dos EUA teria chegado a Caracas no sábado (5) e se reunido com integrantes do governo Maduro neste domingo para discutir uma potencial flexibilização das sanções ao petróleo, segundo o site Spectator Index, especializado no mercado financeiro.

A reunião ocorreu horas depois de Blinken anunciar a nova estratégia dos EUA contra a Rússia na guerra da Ucrânia.

"Estamos agora em discussões muito ativas com nossos parceiros europeus sobre a proibição da importação de petróleo russo para nossos países, enquanto, é claro, ao mesmo tempo, mantemos um fornecimento global estável de petróleo", disse o secretário dos EUA, provocando uma explosão no já crescente preço do petróleo no mercado internacional.

Venezuela é aliada da Rússia na guerra

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tem se mostrado um grande apoiador de Vladimir Putin. Além de ter dito que "tem certeza que a Rússia sairá dessa batalha unida e vitoriosa", ele declarou “todo o apoio ao presidente Putin e seu povo”.

Diariamente, Maduro tem feito publicações em suas redes sociais contra a influência da Europa, da Otan e dos Estados Unidos na Ucrânia. Segundo o presidente venezuelano, a Organização do Tratado Atlântico Norte planeja cercar a Rússia e destruir o país.

A Venezuela é historicamente uma grande aliada geopolítica da Rússia no mundo. O governo de Putin tem cooperação militar, econômica e estratégica com o país latino-americano, a quem fornece equipamentos militares e mantém laços econômicos.