ACADEMIA

9ª Conferência Latino-Americana e Caribenha de Ciências Sociais debate desigualdades

O evento deverá reunir 5 mil conferencistas, que trabalharão 34 abordagens sobre os vários aspectos da desigualdade na América Latina e Caribe

Desigualdade na América Latina e Caribe.Créditos: Unesco
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A 9ª Conferência Latino-Americana e Caribenha de Ciências Sociais, organizada pelo Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO), é o principal evento acadêmico e político do gênero. Este ano será realizada de 7 a 10 de junho, na Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM). O tema desta edição é “Desigualdades na América Latina e Caribe”.

O encontro deverá reunir 5 mil conferencistas, que trabalharão 34 abordagens sobre a desigualdade, incluindo direitos de acesso à cidade, à saúde e à educação; ciência, tecnologia e sociedade; cultura; conflitos urbanos; feminismos e dissidências; infâncias e juventudes; migrações; sociedade do cuidado; violências de gênero; violências e políticas de segurança; conflitos agrários; natureza e ambiente, entre outros.

“Em nosso continente há uma profunda concentração da riqueza e o acesso às prestações sociais, em termos amplos, ainda é um privilégio. Não contamos com um Estado de bem-estar universal na América Latina e o Caribe. Antes da pandemia, isso já era um problema fundamental”, avalia Karina Batthyány, secretária executiva do CLACSO.

Para se ter uma ideia do panorama, em 2020, de cada 100 habitantes na América Latina e o Caribe, 34 eram pobres. Desses, 13 se encontravam em situação de pobreza extrema. São cerca de 209 milhões de pessoas pobres (22 milhões a mais do que em 2019) e 78 milhões em situação de pobreza extrema (8 milhões a mais), segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

O cenário piorou ainda mais com a pandemia da Covid-19. Com relação às desigualdades com base em gênero, traço cultural e histórico na América Latina e o Caribe, há registro de um retrocesso de 18 anos na participação das mulheres no mercado de trabalho em função do coronavírus.

Índice de feminicídio é a maior representação da desigualdade de gênero

A situação mais extrema da desigualdade de gênero está representada no feminicídio. As estatísticas do Escritório das Nações Unidas contra as Drogas e o Crime (UNODC) revelam que 14 dos 25 países da América Latina possuem os índices mais altos do mundo de crimes contra as mulheres.

O encontro terá como conferencistas a candidata à vice-presidência da Colômbia e ativista ambiental, Francia Márquez Mina; a presidenta da Convenção Constituinte do Chile, Elisa Loncón; e a filósofa indiana Vandana Shiva.

Do Brasil, serão conferencistas Manuela D’Ávila (PCdoB), mestra em Políticas Públicas; a socióloga argentina Rita Segato, que atua na Universidade de Brasília; e Nadia Araujo Guimarães, do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo (USP).

A lista completa de conferencistas pode ser conferida neste link e mais informações sobre o evento podem ser encontradas aqui.