Nos últimos dias, um vídeo que mostra mulheres sendo agredidas por um homem com um pênis de borracha em Kiev, capital da Ucrânia, gerou revolta nas redes sociais. Segundo relatos, as mulheres seriam ciganas romani, população que é historicamente perseguida no país.
A cena em questão, segundo veículos de mídia da própria Ucrânia, teria sido registrada em outubro de 2021 - ou seja, antes da guerra com a Rússia. A imagem ganhou repercussão, no entanto, devido aos novos registros, esses recentes, de agressões contra ciganos em ruas ucranianas.
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Nessas novas imagens, essas pessoas aparecem presas com fitas adesivas e com os rostos pintados de um corante antisséptico de triarilmetano, conhecido como "zelyonka" nas antigas repúblicas soviéticas.
Relatos apontam que a agressão foi devido à nacionalidade das vítimas, que são ciganas, e praticada por membros das Forças de Defesa Territoriais, um braço voluntário recém-criado das Forças Armadas ucranianas. Em uma das fotos, é possível ver um uniforme do Exército ucraniano.
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Desde 2014, quando ultranacionalistas que eram contra o presidente ucraniano Viktor Yanukovych, pró-Rússia, tomaram as ruas com protestos, em um movimento que ficou conhecido com Euromaiden e que derrubou o então governante, milícias neonazistas ganharam espaço na Ucrânia e a perseguição a povos ciganos se intensificou.
Em 2018, por exemplo, um grupo neonazista invadiu um acampamento cigano nas proximidades de Kiev, expulsaram os moradores e o incendiaram.
Entidade denuncia maus-tratos a ciganos que tentam se refugiar
No último dia 14 de março, a União do Povo Romani da Espanha, entidade que atua em defesa dos povos ciganos, divulgou um texto em que denuncia maus-tratos sofridos por essa população na Ucrânia em meio à guerra.
"Chegando às fronteiras dos estados vizinhos, eles encontraram discriminação brutal em ambos os lados das fronteiras do país", diz o chefe da entidade, Juan de Dios Ramírez-Heredia,
Confira o texto completo, em espanhol, aqui.