As tensões e medos desencadeados pela invasão da Rússia à Ucrânia, que completa uma semana nesta quarta-feira (2), trouxeram de volta um pesadelo que se manteve sumido nos últimos 30 anos, desde o final da Guerra Fria, em 1991: a eclosão de uma guerra nuclear que ponha fim à vida na Terra.
Os ataques aéreos e a incursão por solo das tropas russas vieram acompanhados de uma escalada verbal por parte dos EUA e de seus aliados ocidentais, que se assustaram com as respostas de Vladimir Putin, que diretamente do Kremlin disparou que “quem tentar interferir, ou ainda mais, criar ameaças para o nosso país e nosso povo, deve saber que a resposta da Rússia será imediata e levará a consequências como nunca antes experimentado na história”, referindo-se naturalmente a uma reação em termos atômicos.
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Dias depois, o próprio Putin anunciou que colocou suas “forças de dissuasão”, um eufemismo para se referir às forças militares que operam o arsenal nuclear do país, em estado de alerta, prontas para uma guerra. E essa não foi a última ameaça, já que seu chanceler, Sergey Lavrov, durante uma entrevista à rede de tv árabe Al Jazeera nesta quarta-feira (2), disse que “Biden tem experiência e sabe que não há alternativa às sanções, a não ser a guerra mundial... Uma guerra nuclear devastadora”.
Diante desse cenário que parecia definitivamente enterrado há décadas, muitos podem estar se perguntando: Qual é de fato o arsenal nuclear existente no mundo atualmente? Quem detém essas armas? Elas são suficientes para acabar com a vida na Terra?
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Para a última dúvida, a resposta é sim. No mundo, neste momento, há 12.843 ogivas nucleares aptas a explodirem e espalharem radiação pela atmosfera, o suficiente para provocar um apocalipse.
Já em relação aos detentores dessas armas que podem causar um verdadeiro juízo final na Terra, a distribuição, segundo a ICAN (Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares), dá-se da seguinte forma:
Rússia: 5.977 ogivas nucleares, que podem ser disparadas de silos fixos e móveis, bases terrestres, aviões bombardeiros e submarinos.
EUA: 5.550 ogivas nucleares, que estão disponíveis para disparo pelos mesmos métodos utilizados pelos russos.
China: 350 ogivas nucleares, a serem lançadas de silos fixos e móveis, bases terrestres e aviões bombardeiros.
França: 290 ogivas nucleares, disponíveis em bases terrestres, aviões bombardeiros e submarinos, presencialmente projetadas para estes últimos.
Reino Unido: 225 ogivas nucleares que podem ser lançadas pelos mesmos métodos usados pelos franceses.
Paquistão: 165 ogivas nucleares, disponíveis em silos fixo e móveis e em bases terrestres.
Índia: 156 ogivas nucleares prontas para serem lançadas pelos mesmos sistemas de seu vizinho Paquistão.
Israel: 90 ogivas nucleares, mas não é possível saber os modelos dessas armas porque o país não assume oficialmente a posse delas.
Coreia do Norte: 50 ogivas nucleares disponíveis para disparos a partir de bases terrestres e silos fixos e móveis.
Embora Itália, Alemanha, Bélgica, Holanda e Turquia não possuam armas nucleares, seus territórios abrigam uma fração dos mísseis atômicos dos EUA, que somados representam 100 ogivas, posicionadas de maneira relativamente próxima da Rússia.