Apesar do desrespeito contínuo aos Direitos Humanos no Brasil, o governo federal, por meio do Itamaraty, vai clamar pelo respeito ao direito humanitário e de solidariedade ao povo russo para criticar o isolamento ao qual a Rússia está sendo submetida pelas nações da Europa e dos EUA.
O governo brasileiro deve se somar aos europeus e ao governo dos EUA e apoiar uma resolução que será submetida à votação na ONU nesta quarta-feira (2). Porém, o apoio do Brasil à resolução será com ressalvas. O Itamaraty irá pedir a palavra e criticar a política de simplesmente isolar Moscou e insistir em uma negociação diplomática como o melhor caminho para colocar fim à guerra.
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De acordo com informações do jornalista Jamil Chade, que teve acesso ao documento brasileiro, no lugar de "condenar" os ataques russos, o texto foi modificado para apenas "deplorar" a ação militar.
Em outro trecho, o governo brasileiro trata do impacto que o isolamento da Rússia pode trazer à produção de alimentos. A resolução expressa "preocupação com o impacto potencial do conflito sobre o aumento da insegurança alimentar em todo o mundo, uma vez que a Ucrânia e a região são uma das áreas mais importantes do mundo para a exportação de grãos e agricultura, quando milhões de pessoas estão enfrentando a fome ou o risco imediato de fome ou estão passando por grave insegurança alimentar em várias regiões do mundo, bem como na segurança energética".
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O texto também reafirma o compromisso da ONU com a soberania, independência, unidade e integridade territorial da Ucrânia dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas, estendendo-se às suas águas territoriais, mas "lamenta com veemência" contra a agressão da Federação Russa contra a Ucrânia, em violação ao artigo 2, parágrafo 4 das Carta das Nações Unidas".
A resolução também "exige que a Federação Russa retire imediata, completa e incondicionalmente todas as suas forças militares do território da Ucrânia dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas".
De maneira ampla e sem citar nomes, o texto brasileiro "condena todas as violações do direito humanitário internacional e violações e abusos dos direitos humanos, e exorta todas as partes a respeitarem estritamente as disposições relevantes do direito humanitário internacional".
Por fim, o texto "exige que todas as partes cumpram plenamente suas obrigações sob direito humanitário internacional" para poupar a população civil e pede a "resolução pacífica e imediata do conflito entre a Federação Russa e a Ucrânia através do diálogo político, negociações, mediação e outros meios pacíficos".