Enquanto comunistas seguem sendo presos pelo governo de Volodymyr Zelensky na Ucrânia, uma região que está sob ocupação da Rússia pôde voltar a hastear a bandeira vermelha no último domingo (13) após oito anos de uma perseguição que teve seu ponto alto no Massacre na Casa dos Sindicatos, quando neonazistas atearam fogo no prédio e mataram 39 pessoas carbonizadas, em maio de 2014.
Bandeiras comunistas voltaram às ruas na cidade de Kherson neste domingo para celebrar o dia da libertação da cidade dos invasores nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Símbolos comunistas foram banidos em 2015 após o Partido Comunista da Ucrânia ser acusado de ter apoiado a proclamação de independência das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk - essas foram reconhecidas como independentes pela Rússia em fevereiro de 2021.
Te podría interesar
As mobilizações foram divulgadas pela imprensa local, que adotou tom crítico. O jornalista Ivan Antypenko, que publicou as fotos do ato nas redes sociais, classificou os comunistas como "vagabundos" e "sem teto" - o que confirma que o ato realmente aconteceu.
Jornais como o Kherson Newtime e o UK Inform compararam o pequeno ato dos comunistas com um mobilização que aconteceu na cidade contra a ocupação, onde participou um número maior de pessoas.
Te podría interesar
Entre os manifestantes que ergueram bandeiras comunistas estava o ex-prefeito Volodymyr Saldo. Saldo e outros participantes do ato tem sido perseguidos pela imprensa local após a manifestação.
O ato foi celebrado por comunistas internacionalmente. "A BANDEIRA VERMELHA VOA NOVAMENTE - após 8 longos anos vivendo sob opressão, os comunistas ucranianos podem se retirar de suas atividades clandestinas e declarar-se livremente comunistas. Os comunistas ucranianos realizaram uma manifestação de solidariedade com todos aqueles que vivem sob opressão", disse o Partido Comunista do Reino Unidos nas redes sociais.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, manifestou preocupação com a possibilidade de Kherson se tornar mais uma "república popular" separatista. Segundo ele, os russos "estão chantageando os líderes locais, pressionando os deputados, procurando alguém para subornar” para estabelecer o que ele classificou como uma "pseudo-república".
Confira fotos e vídeos da manifestação dos comunistas na Ucrânia: