As últimas horas no Peru foram marcadas por tensões e reviravoltas no mundo da política. No começo desta quarta-feira (7), o agora ex-presidente do Peru, Pedro Castillo, em comunicado à nação na televisão, dissolveu o parlamento e anunciou o estabelecimento de um "governo de exceção".
Porém, a decisão de Castillho não encontrou respaldo no seu partido, o Peru Livre, e nem mesmo em Dina Boluarte que, logo após o anúncio de Castillo rechaçou a decisão de dissolver o Parlamento.
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"Rejeito a decisão de Pedro Castillo de perpetrar a quebra da ordem constitucional com o fechamento do Congresso. É um golpe de Estado que agrava a crise política e institucional que a sociedade peruana terá que superar com estrito cumprimento da lei", escreveu Dina Boluarte em suas redes sociais.
Cabe lembrar que, Boluarte, em outras ocasiões, havia declarado que, caso o parlamento destituísse Castillo por razões políticos-ideológicas, ela sairia junto com o colega. Por isso, ao retirar o seu apoio a Castillo, o então presidente ficou isolado.
Dessa maneira, o Congresso manteve a votação do terceiro pedido de impeachment de Pedro Castillo e o afastou do cargo. Castillo, após ser deposto, foi preso.
Como resultado dessa reviravolta política, Dina Boluarte se tornou a primeira mulher a assumir a presidência da República do Peru, cargo que deve ocupar até 2026.
Quem é Dina Boluarte?
Dina Boluarte nasceu em Apurimac, em 1962, advogada de profissão, a nova presidenta do Peru tem mestrado em Direito Notarial e Registral na Universidade San Martín de Porres.
A nova presidenta do Peru já trabalhou no órgão Registro Nacional de identificação e Estado Civil (Reniec) e também já presidiu a Ordem dos Advogados de Lima.
Antes de se tornar vice-presidente na chapa com Pedro Castilo pelo partido Peru Livre, Boluarte disputou, em 2018, a prefeitura de Surquillo, porém, ficou em nono lugar.
Além do posto de vice-presidenta, Boluarte foi ministra do Desenvolvimento e Inclusão Social.
A partir de agora, Dina Boluarte tem pela frente a árdua missão de apaziguar os ânimos no país e construir uma base de apoio dentro do Congresso, que é composto por uma maioria de parlamentares conservadores e de direita.