- Indefinição continua ao fim do primeiro dia de votação
- Berlusconi retirou sua candidatura
- Mattarella não concorre à reeleição
- Favorito, Draghi teria que deixar o posto de primeiro-ministro
Deputados e senadores italianos votaram nesta segunda-feira (24) a primeira rodada da eleição para presidente da República, mas não chegaram a qualquer definição. Desde 2015 no posto, o jurista e atual presidente Sergio Mattarella (80) não concorre à reeleição.
A eleição do novo presidente é vista como estratégica para o futuro do país, pois a função não é considerada "protocolar" ou de menor importância como em outros países europeus. Pelo contrário, além de poder dissolver o parlamento, o presidente sanciona projetos de leis de interesse comum, preside o conselho de defesa nacional e trata de política internacional ativamente.
Durante as últimas semanas, com a aproximação da eleição, a atenção do público esteve sobre a tentativa dos partidos de direita (Forza Italia, Lega e Fratelli d’Italia) de indicarem o ex-primeiro-ministro, Silvio Berlusconi (85), para o “Palazzo del Quirinale”. Diante de uma derrota anunciada por processos judiciais e falta de votos, o empresário e político decidiu recuar sobre o pleito.
Por outro lado, com a retirada de Berlusconi da disputa, muitos analistas passaram a especular o nome do premiê Mario Draghi (74) para presidente, em uma manobra que seria “arriscada” para o governo. Muitas posições seriam alteradas no tabuleiro político em um momento de recuperação econômica e de enfrentamento contra a nova onda da pandemia.
Com a retirada dos três nomes fortes acima citados, a indicação de notáveis com potencial de mediação suprapartidária e visão republicana foi feita. Confira o resultado do primeiro dia:
- Juiz da Corte Suprema, Paolo Maddalena (84). 36 votos.
- Presidente da República, Sergio Mattarella (80). 16 votos.
- Ex-ministra da Justiça, Marta Cartabia (58). 9 votos
- Ex-primeiro-ministro, Silvio Berlusconi (85). 7 votos.
- Juiz da Corte Constitucional, Giuliano Amato (83). 2 votos.
- Senador Pier Ferdinando Casini (66). 2 votos.
- Presidente do Senado, Maria Elisabetta Casellati (75). 2 votos.
- 88 votos “dispersos em outros candidatos”.
- 672 cédulas brancas e 49 nulas.
Nesse sentido, teríamos de fato 5 ou 6 nomes ativos na disputa. Mas, não. Na verdade, tudo pode acontecer nessa eleição. Inclusive, outros nomes não listados nesta segunda-feira (24) como candidatos podem aparecer na votação desta terça-feira (25) como fruto de acordos entre as forças políticas.
Atualmente o país tem um governo chefiado por Mario Draghi, ex-Banco Central Europeu, sob a ideia de um “Governo de Unidade Nacional”, composto pelos principais partidos à direita e à esquerda. O desmembramento prematuro dessa união reforçaria a situação de fracionamento parlamentar e insegurança política e econômica sobre os rumos do país.