Os senadores norte-americanos Dick Durbin, Bob Menéndez, Ben Cardin e Sherod Brown encaminharam uma carta ao presidente dos EUA, Joe Biden, cobrando que o mandatário advirta Jair Bolsonaro de que uma ruptura democrática no Brasil teria "sérias consequências" para ele e para o país.
Os parlamentares têm receio de que a escalada autoritária de Bolsonaro possa resultar num episódio parecido com a invasão do Capitólio dos EUA, em 6 de janeiro deste ano, promovida por seguidores fanáticos e radicais de Donald Trump, com um perfil muito parecido com o dos eleitores bolsonaristas.
Outra preocupação desses políticos estrangeiros é com frases ameaçadoras ditas pelo presidente brasileiro, como "só Deus me tira do cargo" e "só saio daqui morto ou preso".
“Esse tipo de linguagem imprudente e perigosa para qualquer democracia, mas é especialmente imerecida em uma democracia do calibre do Brasil, que por décadas se mostrou capaz de facilitar transferências pacíficas de poder”, diz um trecho do documentado assinado pelos congressistas e encaminhado para a Casa Branca.
Para Washington, o Brasil deveria preocupar-se em seguir sendo um importante aliado democrático contra regimes considerados pelos EUA uma antítese disso, como China, Rússia, Venezuela e Cuba, assim como deve lembrar que uma boa relação com o Tio Sam é imprescindível para se manter como aliado da Otan e para ganhar uma vaga na OCDE.
O governo de Joe Biden tem adotado uma postura discreta em relação ao Brasil até o momento, ainda que a representação diplomática estadunidense em Brasília já tenha se manifestado dizendo "ter grande confiança na capacidade das instituições brasileiras de realizar uma eleição justa em 2022", logo após uma visita rápida do conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jack Sullivan, no início de agosto.