Jorge Sampaio, ex-presidente de Portugal, faleceu nesta sexta-feira (10), no Hospital Santa Cruz, na cidade lusitana de Carnaxide. Ele tinha graves problemas cardíacos há alguns anos e morreu em decorrência de uma insuficiência respiratória.
Sampaio chefiou a República Portuguesa por uma década, de 1996 a 2006, e seus mandatos à frente do Palácio de Belém foram marcados por momentos de tranquilidade, mas sobretudo por turbulências políticas sérias, em especial durante a grave crise econômica que abateu o velho continente no início dos anos 2000. Antes de chegar ao posto de mandatário do país, ele ocupou a presidência da Câmara de Lisboa, cargo equivalente ao de prefeito no Brasil.
Formado em Direito na Universidade de Lisboa em 1961, Sampaio advogou gratuitamente defendendo presos políticos do Estado Novo Português, a ditadura mais longeva do Ocidente no século XX (1933-1974), personificada no tirano António de Oliveira Salazar.
Uma das figuras mais emblemáticas da esquerda portuguesa, ao lado do também ex-presidente Mário Soares, falecido em 2017, Sampaio iniciou os primeiros esforços para a composição de uma coalizão de legendas progressistas em Portugal, para além do Partido Socialista, do qual fazia parte, e que hoje, bem mais ampla e abrangente, recebe o apelido de "geringonça".
O atual presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, decretou luto oficial de três dias no país e anunciou que seu finado colega de vida política receberá honras de Estado, o que incluiu uma cerimônia no monumental Mosteiro do Jerónimos, considerado oficialmente desde 2016 o Panteão Nacional.