Arroz prometido para o Líbano por Bolsonaro há um ano ainda não foi enviado

De acordo com o Programa da ONU para a Alimentação, metade da população do país hoje está abaixo da linha da pobreza

Reprodução/Twitter/@Ferganyilmazz
Escrito en GLOBAL el

Nesta quarta-feira (4), completa um ano da explosão no Porto de Beirute, no Líbano, que matou 200 pessoas, deixou seis mil feridos e uma parte da cidade destruída. Na ocasião, o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) prometeu que enviaria quatro mil toneladas de arroz para a população libanesa.

A promessa até hoje não foi concretizada, de acordo com a coluna de Jamil Chade, no UOL.

De acordo com o Itamaraty, o primeiro carregamento do alimento começa a ser enviado em outubro.

Michel Temer, que é descendente de libaneses, foi escolhido por Bolsonaro para coordenar a ajuda brasileira. Ele viajou com uma missão para Beirute poucos dias depois do desastre, para iniciar um processo de cooperação.

Foram enviadas na época seis toneladas de insumos básicos de saúde, como antibióticos, corticoides, analgésicos, ataduras, seringas e cateteres. Além disso, um voo levou cerca de 100 mil máscaras cirúrgicas, 300 ventiladores pulmonares e alimentos.

A entrega das 4 mil toneladas de arroz, no entanto, não foi realizada até hoje.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento explicou que "o processo da doação das quatro mil toneladas de arroz para o Líbano encontra-se em andamento".

"Os leilões para a entrega do produto beneficiado no porto de origem - Rio Grande (RS) - já foram efetuados pela Conab", disse. "O estágio atual é de ajuste quanto às datas de embarque, a partir do porto acima mencionado", afirmou.

O Itamaraty, que conduz o assunto, garantiu que o primeiro carregamento está sendo organizado para que possa levar mil toneladas em outubro.

"Assim que formalmente aceita a doação humanitária brasileira ao Líbano, foram tomadas as providências para seu envio", explicou o Ministério das Relações Exteriores.

Beirute convive com a pobreza e a fome. De acordo com o Programa da ONU para a Alimentação, metade da população hoje está abaixo da linha da pobreza. Já 90% dos refugiados sírios que representam 25% da população do país atravessam uma situação de insegurança alimentar.

Com informações da coluna de Jamil Chade