O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, reagiu nesta quinta-feira (3) à notícia de que os Estados Unidos vão doar 6 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 ao Brasil e outros países da América Latina. Segundo reportagem de Marina Dias, na Folha de S. Paulo, o governo de Joe Biden vai destinar os imunizantes a 14 países e, como há a necessidade de aplicação de duas doses, 3 milhões de pessoas, de um total de 438 milhões dessas nações, serão contempladas.
"Melhor que nada", escreveu o representante máximo da China no Brasil em sua conta no Twitter.
O comentário de Yang vem na esteira do fato de que a China, atualmente, é o país que mais doa vacinas contra a Covid-19 em todo o mundo. Ao todo, o país asiático já doou 252 milhões de doses de imunizantes a países da África, Oriente Médio e América Latina, o que representa 42% de toda sua produção.
Além disso, a China é o principal fornecedor de insumos para a produção de vacinas contra a Covid no Brasil. Os comentários pejorativos de membros do governo com relação ao país asiático, como a sugestão de Jair Bolsonaro de que os chineses criaram o coronavírus em laboratório e estariam encampando uma "guerra química", criaram uma crise diplomática que pode ter contribuído para atrasos no envio de insumos ao país.
No final de maio, inclusive, o embaixador da China no Brasil reagiu a publicação do Ministério da Saúde que omitiu origem de insumos que chegaram ao Brasil. "Confúcio disse, feito para amigos, fiel à sua palavra", escreveu Yang Wanming, no que pareceu uma referência ao princípio Xin do confucionismo, a integridade. Naquela semana, o Jornal Nacional, da Globo, apontou que o embaixador atuou para viabilizar a chegada dos insumos, mas cobrou manifestação pública do governo brasileiro em apoio ao governo chinês para colaborar com as negociações.