Depois de cinco anos de negociações com a Namíbia e com os povos herero e nama, a Alemanha reconheceu oficialmente nesta quinta-feira (27) que promoveu um genocídio no país africano durante o período da colonização. O gesto, que acontece mais de um século após o ocorrido, ainda gera dúvidas entre a população namibiana.
“À luz da responsabilidade histórica e moral da Alemanha, vamos pedir perdão à Namíbia e aos descendentes das vítimas pelas atrocidades cometidas”, disse o ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, em comunicado. "Estou contente e agradecido de que tenha sido possível alcançar um entendimento com a Namíbia sobre o capítulo mais escuro de nossa história comum", afirmou.
O objetivo da ação seria encontrar um "caminho comum" em busca de uma reconciliação em favor da memória das vítimas. A Alemanha pretende implementar um plano de reconstrução de 1,1 mil milhões de euros em 30 anos no país africano. Essa proposta de reparação é vista como insuficiente por parte das autoridades do país - que evitam se pronunciar sobre a decisão da Alemanha - e dos povos vitimados.
Historiadores calculam que entre 1904 e 1908, as tropas do imperador Guilherme II massacrou pelo menos 75 mil pessoas, sendo 65 do povo herero e 10 mil dos nama. Na época, os herero tinham um contingente populacional de 80 mil, enquanto os nama eram 20 mil. O genocídio desses povos é considerado o primeiro do século XX.
O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, deve viajar ao país do sudoeste africano para pedir perdão oficialmente.
Com informações do DW, da Folha de S. Paulo, o Público, do The Namibian