Quase dois meses depois de ter sido acusado de furar fila de vacinação durante testes clínicos, o ex-presidente do Peru, Martín Vizcarra, anunciou ter pegado COVID-19 sintomática.
O ex-líder peruano utilizou seu status social, em fevereiro de 2021, para se alistar nos testes clínicos para a vacina chinesa contra a COVID-19 da farmacêutica Sinopharm. Vizcarra chegou a insistir que ele e sua esposa fizeram um "ato de bravura" ao se voluntariarem para os testes clínicos.
Um dos médicos responsáveis pelos testes clínicos, no entanto, afirmou que o ex-presidente sabia que estava recebendo a vacina, e não um placebo.
Depois de toda a confusão, o ex-presidente anunciou no Twitter que "apesar dos cuidados necessários para evitar levar o vírus para casa, minha esposa e eu testamos positivo para COVID-19 e somos sintomáticos. Minha família está tomando as medidas de isolamento necessárias. Não baixemos a guarda".
A furada de fila de Vizcarra e sua esposa resultou nas demissões da ministra da Saúde, dra. Pilar Mazzetti, e da ministra das Relações Exteriores, Elizabeth Astete, que, por sua vez, admitiu ter sido também vacinada em janeiro de 2021, semanas antes do programa de vacinação no Peru, lançado em 9 de fevereiro.
No início deste mês, legisladores peruanos votaram para banir Martín Vizcarra de exercer funções no setor público por dez anos, Mazzetti por oito anos, e Astete por apenas um ano.
Vizcarra foi acusado pelo Parlamento peruano, em novembro do ano passado, de "incompetência moral", diante da queda do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, e pelo fato de o país sul-americano apresentar um dos níveis de mortes por COVID-19 mais altos do mundo.
Vizcarra presidiu o Peru entre 2018 e 2020. Ele foi tirado do cargo em um processo-relâmpago de impeachment.
Com informações do Sputnik