Prisão de líder opositor do Paraguai levanta suspeita de novo caso de lawfare na América Latina

Grupo de Puebla, formado por partidos e movimentos progressistas do continente, emitiu nota de repúdio sobre a situação de Efraín Alegre, que é assinada por figuras como Dilma Rousseff e Rafael Correa

Efraín Alegre (foto: Hoy Paraguay)
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A prisão do líder opositor paraguaio, Efraín Alegre, por suposto crime de caixa dois durante sua campanha presidencial de 2018, é vista com suspeita pelas forças progressistas latino-americanas, que consideram haver, neste caso, um novo episódio de lawfare contra políticos e esquerda no continente.

Nesta quarta-feira (3), o Grupo de Puebla emitiu uma nota de repúdio sobre a situação de Alegre, presidente do Partido Radical e principal adversário político do atual presidente, Abdo Benítez – eles se enfrentaram na eleição presidencial, vencida por Benítez por uma pequena diferença: 46,4% contra 43,1%.

Efraín Alegre teve sua prisão preventiva decretada no dia 28 de janeiro. Ele é acusado de falsificar faturas da sua campanha presidencial. O político alega inocência e não tem uma sentença definitiva contra si, decretada pela máxima instância do Poder Judicial paraguaio.

No entanto, a juíza Cynthia Lovera considerou que o político opositor não cumpriu as condições impostas para que pudesse aguardar o julgamento em liberdade.

Em sua conta oficial no Twitter, o Grupo de Puebla divulgou a nota de repúdio sobre o caso de Alegre, afirmando que “essa prisão preventiva viola as garantias constitucionais expressas, contrariando o disposto nos artigos 9 e 19 da Constituição Nacional do Paraguai e nos artigos 7 e 8 do Pacto de San José”.

https://twitter.com/ProgresaLatam/status/1356770876193136640

O comunicado do Grupo de Puebla é assinado por várias personalidades progressistas latino-americanas, incluindo algumas que já sofreram pessoalmente casos de lawfare. A começar pelo ex-presidente do Paraguai, Fernando Lugo, aliado de Alegre. Também firmaram o documento a ex-presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, e o ex-presidente do Equador, Rafael Correa.