Há quem diga que a chamada “guerra das vacinas” já acabou, pois muitos produtos já foram lançados e estão sendo muito bem distribuídos mundo afora. Porém, segundo uma matéria publicada nesta quarta-feira (17) pela CNN, ainda há questões geopolíticas preocupando os Estados Unidos.
Segundo a cadeia televisiva estadunidense, o Departamento de Estado estaria avaliando ações para evitar que o uso cada vez mais difundido da vacina Sputnik V possa gerar um aumento do prestígio da Rússia na região.
Pela mesma lógica, os Estados Unidos também temem que essa possibilidade levaria a um efeito negativo na imagem do seu país, caso o produto russo tenha resultados mais satisfatórios que os imunizantes estadunidenses – como, por exemplo, os produzidos pelas farmacêuticas Moderna e Pfizer/Biontech.
“A vacinação contra a covid na América Latina não pode depender apenas de provedores dos Estados Unidos e da Europa, e está se voltando cada vez mais para Moscou, que aproveita essa ajuda durante a pandemia para fazer propaganda a favor do seu regime”, afirma a reportagem.
A vacina russa Sputnik V foi a primeira contra a covid-19 (infecção causada pelo coronavírus SARS-CoV-2) a ter sua fase de desenvolvimento concluída, e já está sendo usada em 28 países, incluindo sete da região da América Latina e Caribe: Argentina, Bolívia, Cuba, México, Nicarágua, Paraguai e Venezuela.
Em ao menos outros cinco países (Brasil, Chile, El Salvador, Jamaica e República Dominicana), seu uso está sendo avaliado pelas autoridades de saúde e poderia ser aprovado em breve.
No caso do Brasil, a aprovação por parte da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é o último obstáculo que falta para que a Sputnik V possa ser usada.
O Estado da Bahia, inclusive, já possui um acordo para adquirir 50 milhões de doses do imunizante russo, e aguarda a liberação por parte das autoridades para colocar a medida em prática.