Equador: candidato de Correa corre risco de cassação a uma semana das eleições

Economista Andrés Arauz aparece como favorito e poderia ser eleito já no primeiro turno, mas foi denunciado na Justiça Eleitoral, que também tem recebido pressões das Forças Armadas para atuar contra o representante da esquerda

Andrés Arauz e Rafael Correa (foto: Prensa Latina)
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O primeiro turno das eleições presidenciais no Equador, marcadas para o próximo dia 7 de fevereiro, podem não contar com o candidato favorito segundo as pesquisas.

Neste sábado (30), o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) recebeu uma denúncia contra Andrés Arauz, representante da coligação União Pela Esperança, que aparece com 39% das intenções de voto segundo as pesquisas mais recentes.

A acusação se refere à suposta entrega de testes contra o coronavírus a eleitores em atos de campanha, o que seria considerado como “tentativa de compra de votos”.

Arauz é um economista de 35 anos, que foi ministro do Planejamento durante o terceiro e último mandato do ex-presidente Rafael Correa, e foi indicado por este como seu candidato na disputa eleitoral.

Inicialmente, a candidatura trazia o próprio ex-presidente como candidato a vice, reproduzindo a estratégia que deu certo na Argentina em 2019, com Alberto Fernández, ex-ministro de Cristina Kirchner, liderando uma chapa com sua ex-chefa como vice. Porém, a justiça eleitoral proibiu essa opção, e Correa acabou substituído pelo jornalista Carlos Rabascall.

Os 39% de intenções de voto para Arauz o colocam como favorito para vencer as eleições já no primeiro turno: para isso, ele precisaria superar os 40% dos votos válidos e ter mais de 10 pontos de diferença para o segundo colocado – o que também possui, segundo as pesquisas, já que o banqueiro Guillermo Lasso, seu principal adversário, tem entre 24% e 21%, dependendo da medição.

Alguns correspondentes no Equador afirmam que o CNE tem sido alvo de pressões nos últimos dias, especialmente das Forças Armadas, para que impeça o triunfo de Arauz. O próprio ex-presidente Rafael Correa chegou a denunciar uma tentativa de adiar as eleições, usando a segunda onda do coronavírus como justificativa.

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