Seu nome é Jacob Anthony Chansley, mas ele é mais conhecido como Jake Angeli… na verdade ele é mais conhecido por sua foto que por seu nome, e por uma foto: aquele em que ele aparece com chapéu de chifres e pelos de bisonte, durante a invasão do Capitólio, no dia 6 de janeiro, por parte de apoiadores de Donald Trump que queriam evitar a proclamação oficial de Joe Biden como presidente eleito.
Aquela imagem o transformou no símbolo da última tentativa de Trump de evitar sua derrota nas eleições presidenciais de 2020. Porém, três semanas depois daquela tentativa de golpe de Estado, parece que muita coisa mudou na relação com seu ex-ídolo.
A começar pelo fato de que Trump teria se tornado isso, um ex-ídolo. Ao menos é o que disse o advogado de Angeli, Albert Watkins, em uma entrevista à agência Associated Press.
Através do defensor, Jake Angeli disse que estava “apaixonado” por Trump, mas que se sentiu traído por este, pois não recebeu o indulto que esperava do seu ídolo. Vale lembrar que o ativista de extrema-direita – ele é seguidor do movimento QAnon – está preso desde o dia 7 de janeiro, em função dos atos de vandalismo cometidos no Congresso estadunidense.
O advogado também lembrou que Trump, em seus últimos dias de mandato, concedeu indulto a vários empresários amigos, incluindo Steve Bannon, considerado seu guru comunicacional, razão pela qual Angeli também esperava ser beneficiado.
Como isso não ocorreu, a frustração do ativista aumentou ainda mais. Seu advogado também afirmou que ele está disposto a testemunhar contra Trump no processo de impeachment que responde no Senado.
O ex-presidente certamente não pode perder o cargo que já abandonou, mas se for considerado culpado de incitação à invasão do Capitólio, poderia receber uma sentença que o tornaria inelegível por um período a ser determinado – o que acabaria com seu plano de voltar ao poder em 2025.
Segundo o advogado Albert Watkins, o ativista Jake Angeli está disposto a declarar que Trump “foi o responsável pelos atos do dia 6 de janeiro, devido aos seus discursos desenhados para inflamar, enfurecer, motivar” a ele e outros apoiadores, e que ele “lamenta muitíssimo” por ter participado daqueles incidentes.